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"Metabarões" mantém fantasia de "Incal"
Série que chega agora ao Brasil é derivada da clássica HQ desenhada pelo ilustrador francês Moebius
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No início dos anos 1980, o roteirista chileno Alejandro Jodorowsky e o ilustrador francês
Moebius deram início a "Incal",
um dos grandes momentos dos
quadrinhos europeus de ficção
científica. Rica em conceitos,
detalhes e personagens, a HQ
deu origem a séries derivadas
que exploravam seus protagonistas. E a mais dramática delas
está saindo agora no Brasil: "A
Casta dos Metabarões", cujo
primeiro dos cinco livros já está
nas livrarias.
"Incal" foi publicada em seis
volumes, de 1981 a 1988, e apresentou ao leitor um universo de
ficção que misturava tecnologia e misticismo, com uma dose
enorme de imaginação e metafísica. O roteiro detalhado e
fantasioso de Jodorowsky ganhou força com a arte minuciosa de Moebius, e assim os conceitos básicos de "Incal", bem
como seus protagonistas, foram estabelecidos.
Na série original, o Metabarão é um dos personagens que
mais aparece, mas não o principal. Há um elenco de oito protagonistas, divididos em uma
conspiração que pode significar o fim da humanidade, talvez
do universo, com várias tramas
paralelas acontecendo em cenários diferentes, mas confluindo para um acontecimento que amarra todas as tramas.
Em "A Casta dos Metabarões", esse caráter universal é
deixado de lado: há uma trama
contínua: a origem dos Metabarões, quatro gerações atrás, e
como ela foi passando, de pai
para filho, até culminar em um
guerreiro praticamente invencível de tão habilidoso.
Se o lado "galáctico" foi deixado de lado, o mais importante ficou: a fantasia e imaginação
também são o ponto forte de "A
Casta...". Moebius, o artista da
HQ original, foi substituído pelo argentino Juan Gimenez.
Embora os fãs mais incisivos
possam dizer que a arte de
Moebius é incomparável, Gimenez também é um ótimo artista e consegue dar formas e
cores à imaginação de Alejandro Jodorowsky.
"Metabarões" destoa da série
original também por ser mais
dramática: ainda que mantenha o cenário futurista de uma
trabalhada ficção científica,
apresenta uma história mais
sombria e menos bem-humorada, marcada por tragédias e
as inevitáveis mudanças que
elas acarretam. E, embora pareça tão distante, com seus cenários futurísticos, raças alienígenas e ambientações fantasiosas, resulta em uma HQ
cheia de metáforas sobre algo
tão próximo do leitor quanto a
alma humana. Como uma boa
história de ficção científica.
A CASTA DOS METABARÕES -
TOMO UM
Autores: Alejandro Jodorowsky e
Juan Gimenez
Editora: Devir
Quanto: R$ 49 (128 págs.)
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