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Comentário
Atriz encarna protótipo de musa indie
BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Na música e no cinema, "indie" é abreviação para determinar o modo de produção independente. Mas logo virou também o nome de seu público
consumidor. Tudo nesse universo é o lado B do "sistema".
Com as musas, a lógica não
muda. Se a atriz Megan Fox representa o modelo de garota
sexy/devoradora da atualidade,
Zooey Deschanel é o exato
oposto. Antes dela, vieram Winona Ryder, Chloë Sevigny, PJ
Harvey, Cat Power, Molly
Ringwald e várias outras, mas
nenhuma personificou tão bem
o imaginário de "musa indie".
Por quê? O resumo está naquilo que faz o indie Tom se
apaixonar por Summer, a personagem de Zooey em "500
Dias com Ela". Ela gosta de The
Smiths. E Smiths, para esse público, é religião, e não banda.
Os indies são, antes de mais
nada, sonhadores, e aliam o fatalismo romântico à obsessão
por itens alternativos da cultura pop. A imagem forjada por
Zooey na vida pública não está
muito longe daquela do filme.
Costuma declarar paixão por
tudo que é "vintage", clássico,
de roupas de brechó a comédias
e músicas dos anos 40 e 50. Seu
trunfo são os gostos refinados,
e não apenas o corpo, o que faz
com que o status de musa valha
também para as mulheres.
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