São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros música Caetano registra "transamba" e "transrock" antes de CD com Gadú "MTV ao Vivo" recolhe apresentações de "Obra em Progresso" e "Zii e Zie", de 2008 e 2010 Segundo o artista, experiências que fez com samba e rock nos últimos dois álbuns foram pouco relevantes DO ENVIADO AO RIO E o som pop-popular de Maria Gadú -quem diria?- acabou por se tornar o elo entre o Caetano Veloso "roqueiro", dos discos "Cê" (2006) e "Zii e Zie" (2008), e o Caetano Veloso que virá adiante. Nesta semana, o cantor lança "MTV ao Vivo - Caetano Zii e Zie". O pacote engloba, em dois DVDs, etapas extremas do processo criativo do álbum anterior: os shows prévios "Obra em Progresso", que experimentavam repertório e sonoridade para o CD que viria, e o "Zii e Zie" já no palco, dois anos depois. Nos últimos cinco anos, Caetano fez seus trabalhos mais experimentais desde "Araçá Azul" (1973), embalando canções cheias de arestas, compostas por ele ao violão, em arranjos mais pontiagudos ainda, levados com uma banda de rock. Chamou os frutos de "transambas" e "transrocks". Com Gadú, Caetano fez justamente o oposto. Nos shows em dupla que fizeram no ano passado, com vozes e violões, cantavam docemente os antigos sucessos dele, os novos sucessos dela. Registraram uma apresentação. E vão lançar, em CD e DVD, no segundo semestre. Se o formato soa como caça-níqueis para quem olha, Caetano afirma que, vendo de dentro, não pode concordar em absoluto com essa impressão. Vai mais longe. "O que fiz com Gadú terminou sendo, para mim, um desenvolvimento que não se dá em paralelo ao processo que desembocou no "Cê" e no "Zii e Zie" -ele é, isso sim, continuação do mesmo processo", diz. "No palco com Gadú, ficou logo óbvio para mim que aquilo já estava trabalhando comigo para o negócio que pretendo fazer." Esse tal negócio, ele conta, será um show -que terminará sendo também registrado em disco- em que seu violão, tocado de maneira tão peculiar, dará a tônica. "Quero fazer o "transCê'", diz. "Será o terceiro disco com a banda, mas o violão vira à frente. Quero me dedicar em casa, tocá-lo melhor." O violão já estava rondando desde o ano passado. O trato inicial de Caetano com a MTV que lança agora esse "Zii e Zie" ao vivo era para um volume da série "Acústico". Terminou, segundo o cantor, sendo adiado para este ano. Ou para o próximo. OS PÓS-"CÊ" Artistas mais experimentais da nova geração, como Romulo Fróes e Tatá Aeroplano (da banda Cérebro Eletrônico) ressaltam a importância e assumem a influência de Caetano pós-"Cê" e seus transambas nos próprios trabalhos recentes. Caetano reflete: "Transamba, embora seja uma palavra boa, não anuncia um acontecimento novo nas coisas que têm sido feitas com o samba. É nossa intervenção particular na rítmica e na melódica do samba. Mas há tantas. E tão mais inventivas, transcendentes e relevantes do que o que nós fizemos." (MARCUS PRETO) Texto Anterior: Cinema: Rio sedia premières de blockbusters filmados na cidade Próximo Texto: Crítica/DVD: Show coeso balança até quem não aprecia o artista atual Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.