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DANÇA
Novo evento vai trazer grupos como o Ballet de Tokyo, que apresenta coreografias de Maurice Béjart
Brasil ganha Bienal do Movimento
ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha
A programação de dança deste
ano não deve ser menos intensa do
que em 1997, como se chegou a cogitar. Além de uma projeção
maior dos profissionais brasileiros
de dança, que se organizam e produzem cada vez mais, as atrações
internacionais continuarão fazendo do Brasil uma de suas rotas
principais.
A estrelas como Antonio Gades,
Roland Petit, Twyla Tharp,
Baryshnikov e Ballet Kirov, a temporada de 1998 deve somar novos
eventos, como a Bienal do Movimento, programada para setembro no Rio de Janeiro, com possível extensão em São Paulo.
Concebida para cobrir a lacuna
deixada pelo Carlton Dance Festival, a Bienal do Movimento deve
trazer ao Brasil o Ballet de Tokyo,
uma das grandes companhias internacionais do momento e a única com direito de apresentar obras
clássicas do repertório de Maurice
Béjart.
Com isso, será possível rever algumas das melhores e mais famosas coreografias produzidas por
Béjart na segunda metade deste século, como "Bolero" (de 1961) e
"Sagração da Primavera" (1959),
além de "Kabuki", que ele criou
especialmente para o Ballet de
Tokyo em 1986.
Em São Paulo, o Ballet de Tokyo
se apresentará no Teatro Sérgio
Cardoso em setembro, em datas a
serem confirmadas. Outra boa
atração da Bienal do Movimento é
Lina do Carmo, brasileira que vive
há dez anos na Alemanha, onde
possui grande prestígio.
Nascida no Piauí, Lina estudou
mímica em Paris, com Marcel
Marceau. Com o tempo, desenvolveu uma linguagem híbrida, que
associa dança, teatro e mímica à
busca de uma ancestralidade da
expressão corporal.
Seus espetáculos de maior sucesso -"Vitória Régia" e "Capivara"- são inéditos no Rio e em São
Paulo. O primeiro, criado em
1990, já participou do festival
Avignon Off (na França).
Sua versão em vídeo, produzida
pela televisão alemã, vem sendo
exibida com frequência, inclusive
em festivais europeus de filmes sobre dança.
Segundo Sheila Costa, organizadora da Bienal do Movimento e
ex-assessora do Carlton Dance
Festival, o novo evento promete
fugir ao convencional. No Museu
de Arte Moderna do Rio, onde
acontecerá, serão construídos três
espaços com palcos diferentes.
"Às 19h apresentaremos as chamadas companhias do futuro, ou
seja, grupos que estão começando
a se projetar. Às 21h30 vai começar
a programação voltada para as
companhias já consagradas, e às
23h o espaço vai se abrir para o público, que poderá dançar sob a direção de coreógrafos convidados
no "Baile Moderno', que vem fazendo sucesso na França", diz
Sheila.
Além de introduzir no Brasil o
"Baile Moderno", que se tornou
uma das manias recentes dos franceses, Sheila pretende realizar
mostras de filmes e fotografias.
No programa ainda incompleto
da Bienal do Movimento, Sheila
planeja incluir uma versão de
"West Side Story", produzida e interpretada pelo Dance Theatre of
Harlem, grupo nova-iorquino dirigido por Arthur Mitchell.
Para facilitar a vinda de algumas
atrações, Sheila associou-se a outra produtora, Aniella Jordan, que
trará em maio, para São Paulo
(teatro Sérgio Cardoso) e Rio, o
grupo Momix, que está realizando
uma turnê internacional em comemoração a seus 15 anos.
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