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Cláudio Torres filma Luana Piovani "invisível"
Em novo longa do diretor, atriz é mulher perfeita que só Selton Mello enxerga
Casal de atores roda no Rio história com elementos fantásticos, à semelhança de "Redentor", longa de estréia do cineasta
ROBERTA SALOMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Sexy, loira, interessadíssima
em futebol da terceira divisão e
capaz de perdoar a traição de
um namorado. Essa é Amanda,
personagem de Luana Piovani
em "A Mulher Invisível", terceiro longa-metragem do diretor Cláudio Torres, que está
sendo rodado no Rio e deve estrear no próximo ano.
"Ela é a mulher do imaginário de qualquer brasileiro. Mas,
de tão perfeita, não existe", diz
Torres, que criou o papel pensando em Luana antes de conhecê-la pessoalmente. "Não
tinha como ser outra atriz."
O encontro dos dois aconteceu por acaso num bar do Baixo
Gávea, na zona sul do Rio. A
atriz tinha visto há pouco tempo o filme de estréia de Torres,
"Redentor", e foi elogiá-lo. O
diretor aproveitou para contar
que estava escrevendo um roteiro para ela.
"Levei um susto, mas é claro
que fiquei lisonjeada", recorda
Luana. "Amanda é o protótipo
de mulher com que todo homem sonha. Gosta de futebol e
não liga se o namorado quer
sair para beber com os amigos.
Chega a ser engraçado. Posso
ter algumas características dela, mas não sou tão moderna."
A Folha acompanhou um dia
de filmagem de "A Mulher Invisível", no prédio do Detran,
no centro do Rio. Em uma das
cenas, Amanda aparece de calcinha, sutiã -escondidos sob
um sobretudo de vinil preto
sempre que o fotógrafo apontava a câmera- e saltos altíssimos em uma cerimônia no trabalho de Pedro (Selton Mello).
Ele é o único que a enxerga.
"Chega a ser triste isso. Se
pudesse definir, diria que o filme é uma comédia sobre a solidão", opina Selton.
Namoro
Nos bastidores, o clima é outro. Com conversas ao pé do ouvido e carinhos explícitos, o
ator e Luana não escondem o
namoro.
No filme, o controlador de
tráfego Pedro é abandonado
pela mulher (Marina, personagem de Maria Luisa Mendonça), entra em depressão e é consolado pelo solteiro convicto
Carlos (Vladimir Brichta). Até
aparecer Amanda, que bate em
sua porta pedindo açúcar.
Através de um buraco na parede, a vizinha Vitória (Maria
Manoella) bisbilhota tudo e, é
claro, também não vê Amanda.
Como os outros, pensa que Pedro está surtando.
"Ela fica viúva e acaba se
apaixonando perdidamente
por ele", conta Maria Manoella.
Torres a conheceu durante a
gravação de um episódio da série "Mandrake".
Assim como em "Redentor",
o diretor recorre a elementos
fantásticos para contar a história. Fã de ficção científica, ele já
perdeu a conta de quantas vezes viu "2001: Uma Odisséia no
Espaço", de Stanley Kubrick.
"Gosto do absurdo, de sair da
realidade", diz Torres, à frente
de um orçamento de R$ 6 milhões.
No elenco, ainda estão Paulo
Betti (Nogueira), Lucio Mauro
(Governador), Danni Carlos
(Bárbara), Karina Bacchi (Karla) e Fernanda Torres (Lúcia),
irmã do diretor e prestes a dar à
luz ao segundo filho.
As filmagens terminam na
próxima quinta-feira depois de
já terem passado por vários
pontos do Rio, de uma livraria
de Ipanema (zona sul) a um
hospital da zona norte.
No segundo semestre, deve
estrear o segundo longa de Torres, também com mulher no título: "A Mulher do Meu Amigo"
é baseado numa história de Domingos Oliveira e tem Mariana
Ximenes e Marcos Palmeira
nos papéis principais.
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