São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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Cláudio Torres filma Luana Piovani "invisível"

Em novo longa do diretor, atriz é mulher perfeita que só Selton Mello enxerga

Casal de atores roda no Rio história com elementos fantásticos, à semelhança de "Redentor", longa de estréia do cineasta

ROBERTA SALOMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Sexy, loira, interessadíssima em futebol da terceira divisão e capaz de perdoar a traição de um namorado. Essa é Amanda, personagem de Luana Piovani em "A Mulher Invisível", terceiro longa-metragem do diretor Cláudio Torres, que está sendo rodado no Rio e deve estrear no próximo ano.
"Ela é a mulher do imaginário de qualquer brasileiro. Mas, de tão perfeita, não existe", diz Torres, que criou o papel pensando em Luana antes de conhecê-la pessoalmente. "Não tinha como ser outra atriz."
O encontro dos dois aconteceu por acaso num bar do Baixo Gávea, na zona sul do Rio. A atriz tinha visto há pouco tempo o filme de estréia de Torres, "Redentor", e foi elogiá-lo. O diretor aproveitou para contar que estava escrevendo um roteiro para ela.
"Levei um susto, mas é claro que fiquei lisonjeada", recorda Luana. "Amanda é o protótipo de mulher com que todo homem sonha. Gosta de futebol e não liga se o namorado quer sair para beber com os amigos. Chega a ser engraçado. Posso ter algumas características dela, mas não sou tão moderna."
A Folha acompanhou um dia de filmagem de "A Mulher Invisível", no prédio do Detran, no centro do Rio. Em uma das cenas, Amanda aparece de calcinha, sutiã -escondidos sob um sobretudo de vinil preto sempre que o fotógrafo apontava a câmera- e saltos altíssimos em uma cerimônia no trabalho de Pedro (Selton Mello). Ele é o único que a enxerga.
"Chega a ser triste isso. Se pudesse definir, diria que o filme é uma comédia sobre a solidão", opina Selton.

Namoro
Nos bastidores, o clima é outro. Com conversas ao pé do ouvido e carinhos explícitos, o ator e Luana não escondem o namoro.
No filme, o controlador de tráfego Pedro é abandonado pela mulher (Marina, personagem de Maria Luisa Mendonça), entra em depressão e é consolado pelo solteiro convicto Carlos (Vladimir Brichta). Até aparecer Amanda, que bate em sua porta pedindo açúcar.
Através de um buraco na parede, a vizinha Vitória (Maria Manoella) bisbilhota tudo e, é claro, também não vê Amanda. Como os outros, pensa que Pedro está surtando.
"Ela fica viúva e acaba se apaixonando perdidamente por ele", conta Maria Manoella. Torres a conheceu durante a gravação de um episódio da série "Mandrake".
Assim como em "Redentor", o diretor recorre a elementos fantásticos para contar a história. Fã de ficção científica, ele já perdeu a conta de quantas vezes viu "2001: Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick. "Gosto do absurdo, de sair da realidade", diz Torres, à frente de um orçamento de R$ 6 milhões.
No elenco, ainda estão Paulo Betti (Nogueira), Lucio Mauro (Governador), Danni Carlos (Bárbara), Karina Bacchi (Karla) e Fernanda Torres (Lúcia), irmã do diretor e prestes a dar à luz ao segundo filho.
As filmagens terminam na próxima quinta-feira depois de já terem passado por vários pontos do Rio, de uma livraria de Ipanema (zona sul) a um hospital da zona norte.
No segundo semestre, deve estrear o segundo longa de Torres, também com mulher no título: "A Mulher do Meu Amigo" é baseado numa história de Domingos Oliveira e tem Mariana Ximenes e Marcos Palmeira nos papéis principais.


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