São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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OUTRO LADO

Músicos defendem outro tipo de método

DO RIO

A decisão da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira de avaliar seus instrumentistas vem causando protestos na comunidade de músicos internacional.
Em carta enviada ao presidente da entidade, Eleazar de Carvalho, a Federação de Músicos dos Estados Unidos afirma estar "extremamente desapontada" com a decisão da orquestra de submeter os músicos a avaliações.
"Se o diretor Roberto Minczuk escolheu seguir o caminho de regentes ditadores e tiranos [...], ele não será mais bem vindo às orquestras americanas", afirma em um trecho do texto.
Em outra carta enviada a Carvalho, o músico Nigel Shore diz que foi convidado por Minczuk para ser o primeiro oboísta solo da orquestra em 2008 e foi promovido em dezembro de 2010 para liderar as madeiras.
"No meu caso, trata-se de experiência que ganhei tocando com a Filarmônica de Berlim, a Ópera do Estado de Berlim e várias outras orquestras de nível internacional, trabalhando com regentes como Karajan, Barenboim, Giulini e Abbado durante mais de 20 anos."
Shore afirma ter ficado "atônito" ao receber o comunicado sobre a avaliação de desempenho após ter sido convidado por Minczuk. "É incompreensível que eu deva me submeter a uma avaliação que é basicamente igual a uma prova para entrar numa orquestra", afirma.
Para o violinista Ubiratã Rodrigues, da comissão dos músicos da orquestra, não se trata de ser contrário às avaliações, mas sim à forma como foram feitas.
"A avaliação é feita constantemente. Podemos ter um músico que faça uma prova brilhante para entrar e que depois mostre que não funciona bem em uma orquestra; e podemos ter um que é brilhante há 20 anos, mas não se saia bem em uma audição individual por algum problema naquele dia."
Rodrigues está pessimista com relação à tentativa de conciliação entre as partes hoje à tarde no Ministério do Trabalho. "A fundação está irredutível. Se continuar assim, terei que incluir no meu currículo que sou ex-violinista da OSB."


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