André Sarmento/Rogério Albuquerque/Folha Imagem

No sentido horário, Tim Hutton, convidado do Groove Armada; e os DJs François K., Renato Cohen e Todd Terry

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

O deus da house music, Todd "the god" Terry, abençoou a pista da tenda Bugged Out, no domingo. Justificou tudo. O americano era a última lenda do gênero que ainda não havia tocado no país. Deveria tê-lo feito no Free Jazz, mas, por conta do 11 de setembro, não deixar Nova York.
Terry levou o Brooklyn a Interlagos, com elementos do hip hop, da cultura negra e das ruas. Transportou seu maciço público para uma intensa experiência: todo mundo colado em cada movimento, sentindo as batidas que lhe deram fama, relaxando.
Cheio de carisma, estava de ótimo humor e animado para a apresentação. Energia e expectativa. E lá foi ele, tocando suas próprias produções, com três exceções (como a surpreendente "Planet Rock", do Soul Sonic Force).
Musicalmente educado, o público sabia o que estava ouvindo e reagia aos antológicos hits do DJ, como "Samba", "I Hear Music", a onomatopaica "Babarabatiri" e a versão instrumental de "Jumping". Entre as novas, a versão de "Da Bango", do GypsyMen (a maior comoção), e a absurda latina "Camarera", que fez todo mundo querer explodir.
"Vocês ainda estão comigo?", perguntou ele à pista, sentindo que o povo lá embaixo estava levitando. Yeeeessss!!!!! E a gente voltou. A absurda "Dona" sampleia Madonna em "Like a Prayer" e fechou o set, em total euforia.
É o poder da house. Terry foi sensível ao evitar as faixas mais comerciais, como sua versão de "Missing", do Everything but the Girl. Preferiu tracks e tocou três ou quatro vocais. Tratou o equipamento com intimidade quase infantil e abanava-se com os negros discos de vinil. DJzão.

Todd Terry: