São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 2002

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OUTDOOR STAGE

Palco ao ar livre perde em energia para as tendas de DJs

DA REPORTAGEM LOCAL

A experiência de, pela primeira vez, agregar um palco tradicional ao Skol Beats mostrou que o altar máximo da música eletrônica continua sendo o pick-up do DJ, e não o esquema palco/ banda/vocalista. O Outdoor Stage foi bem, atraindo massas a shows como os dos grupos Kosheen e Groove Armada, mas não chegou perto da euforia nas tendas.
O primeiro show "real" ficou por conta da brasileira Fernanda Porto, que procurava forrar de drum'n'bass e muita percussão versos inéditos do tipo "que país é este que a gente nunca vê?". O problema nem era de país, já que Marky e Renato Cohen alvoroçavam as tendas e o brasileiro que mais fez os brasileiros dançar, Jorge Ben, reaparecia, ubíquo, nas discotecagens de Goldie e Patife. O formato que Fernanda propunha é que dispersava atenções.
Aí o Kosheen veio arrastar a planilha de shows ao tédio, numa apresentação careta e fracamente inclinada ao drum'n'bass.
O Groove Armada alternou flashes dançantes com longos segmentos de climão, num show correto e nem sempre empolgante. A gostosa "I See You Baby" foi gasta no início, em versão bem recortada, sem glamour. A estabilidade se quebrou em "My Friend", quando convergiram adeptos da fuga eletrônica e fãs de "O Clone" -é tema dos sofrimentos de Mel, e tudo o que o público não queria era sofrer. Faltava ajustar a sintonia do novo tempo, de "superstar DJs" e ídolos decadentes. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Groove Armada:    
Kosheen:  




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