São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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Gal canta Vinicius em reedição do "Som Brasil"

Programa volta com a proposta de homenagear grandes nomes da música brasileira; estréia reúne Gal, Bossacucanova, entre outros

ROBERTA SALOMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O nome é o mesmo, mas o programa que a TV Globo leva ao ar na próxima sexta-feira (27) em nada lembra aquele que Rolando Boldrin apresentava no início dos anos 80. Com nova roupagem, o "Som Brasil" fecha as portas para as duplas caipiras e homenageia grandes e novos representantes da música brasileira em nove edições, uma a cada mês. A primeira delas, cuja gravação a Folha acompanhou com exclusividade, é dedicada a Vinicius de Moraes.
De vestido longo preto, Gal Costa entoou "A Felicidade", "Amor em Paz", "Se Todos Fossem Iguais a Você" e "Insensatez". Das quatro parcerias de Vinicius de Moraes com Tom Jobim, só a última era novidade em seu repertório.
"O nível das músicas que tocam na TV é muito ruim. Dificilmente me sinto à vontade para participar de algum programa. Por isso estou aqui. Acho que essa é uma homenagem merecida a grandes compositores como Vinicius", disse Gal, que se surpreendeu com o um dos parceiros, o Bossacucanova. "Não conhecia o trabalho do grupo e fiquei bastante impressionada. Gostei muito."
O "Som Brasil" pretende reunir o compositor homenageado ou um "representante" dele -Gal Costa, na estréia- e outras três promessas da música, que vão mostrar suas próprias versões para clássicos compostos pelo autor escolhido. Para participar do primeiro programa foram convocados, além de Gal, Chico Pinheiro, Bossacucanova e Criolo Doido.
"Queremos mostrar diferentes sonoridades, mas sempre respeitando as gravações originais", afirmou o diretor Luiz Gleiser.
Ao lado de sua banda, o paulistano Chico Pinheiro, 32, cantou "Chega de Saudade", "Coisa Mais Bonita" e "Lamento" (de Pixinguinha, com letra de Vinicius). Para o Bossacucanova, só "Tarde em Itapoã" era novidade. Perfeitamente à vontade no palco, a banda carioca tocou "Água de Beber", mas teve que esperar por Ed Motta, que chegou com duas horas de atraso para cantar "Garota de Ipanema".
Também acostumado ao repertório, estava o tímido Marcel Baden, 25, filho de Baden Powell, um dos principais parceiros de Vinicius. Marcel tocou bem, mas mostrou pouca intimidade com as câmeras durante a apresentação ao lado do rapper Criolo Doido, 31.
"Não conhecia o trabalho dele, mas acho que ficou lindo", elogiou o herdeiro de Baden.
Contemporâneos de Vinicius talvez estranhem as versões de "Criolo Doido" e do produtor do programa Paulo Henrique Castanheira para "O Morro Não Tem Vez", "Samba da Benção" e "Canto de Ossanha".

Niemeyer e Pillar
Os convidados de cada edição estarão sempre no mesmo espaço, posicionados em quatro palcos diferentes. O cenário de Fernando Schmdt foi inspirado na arquitetura moderna de Oscar Niemeyer e tem a apresentação de Patrícia Pillar. O horário escolhido pela emissora é ingrato: depois do "Programa do Jô".
A segunda edição já está acertada e terá músicas de Caetano Veloso. Ele próprio cantará, ao lado do grupo carioca As Chicas, do baiano Jauperi e da paulistana Mariana Aydar. Já estão sendo acertadas homenagens a Milton Nascimento, Gilberto Gil, Tim Maia -que deve ser ancorado por Ivete Sangalo- e Noel Rosa, com a possível presença de Maria Bethânia.


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