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Gal canta Vinicius em reedição do "Som Brasil"
Programa volta com a proposta de homenagear grandes nomes da música brasileira; estréia reúne Gal, Bossacucanova, entre outros
ROBERTA SALOMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O nome é o mesmo, mas o
programa que a TV Globo leva
ao ar na próxima sexta-feira
(27) em nada lembra aquele
que Rolando Boldrin apresentava no início dos anos 80. Com
nova roupagem, o "Som Brasil"
fecha as portas para as duplas
caipiras e homenageia grandes
e novos representantes da música brasileira em nove edições,
uma a cada mês. A primeira delas, cuja gravação a Folha
acompanhou com exclusividade, é dedicada a Vinicius de
Moraes.
De vestido longo preto, Gal
Costa entoou "A Felicidade",
"Amor em Paz", "Se Todos Fossem Iguais a Você" e "Insensatez". Das quatro parcerias de
Vinicius de Moraes com Tom
Jobim, só a última era novidade em seu repertório.
"O nível das músicas que tocam na TV é muito ruim. Dificilmente me sinto à vontade
para participar de algum programa. Por isso estou aqui.
Acho que essa é uma homenagem merecida a grandes compositores como Vinicius", disse
Gal, que se surpreendeu com o
um dos parceiros, o Bossacucanova. "Não conhecia o trabalho
do grupo e fiquei bastante impressionada. Gostei muito."
O "Som Brasil" pretende reunir o compositor homenageado
ou um "representante" dele
-Gal Costa, na estréia- e outras três promessas da música,
que vão mostrar suas próprias
versões para clássicos compostos pelo autor escolhido. Para
participar do primeiro programa foram convocados, além de
Gal, Chico Pinheiro, Bossacucanova e Criolo Doido.
"Queremos mostrar diferentes sonoridades, mas sempre
respeitando as gravações originais", afirmou o diretor Luiz
Gleiser.
Ao lado de sua banda, o paulistano Chico Pinheiro, 32, cantou "Chega de Saudade", "Coisa Mais Bonita" e "Lamento"
(de Pixinguinha, com letra de
Vinicius). Para o Bossacucanova, só "Tarde em Itapoã" era
novidade. Perfeitamente à vontade no palco, a banda carioca
tocou "Água de Beber", mas teve que esperar por Ed Motta,
que chegou com duas horas de
atraso para cantar "Garota de
Ipanema".
Também acostumado ao repertório, estava o tímido Marcel Baden, 25, filho de Baden
Powell, um dos principais parceiros de Vinicius. Marcel tocou bem, mas mostrou pouca
intimidade com as câmeras durante a apresentação ao lado do
rapper Criolo Doido, 31.
"Não conhecia o trabalho dele, mas acho que ficou lindo",
elogiou o herdeiro de Baden.
Contemporâneos de Vinicius
talvez estranhem as versões de
"Criolo Doido" e do produtor
do programa Paulo Henrique
Castanheira para "O Morro
Não Tem Vez", "Samba da Benção" e "Canto de Ossanha".
Niemeyer e Pillar
Os convidados de cada edição
estarão sempre no mesmo espaço, posicionados em quatro
palcos diferentes. O cenário de
Fernando Schmdt foi inspirado
na arquitetura moderna de Oscar Niemeyer e tem a apresentação de Patrícia Pillar. O horário escolhido pela emissora é
ingrato: depois do "Programa
do Jô".
A segunda edição já está
acertada e terá músicas de Caetano Veloso. Ele próprio cantará, ao lado do grupo carioca As
Chicas, do baiano Jauperi e da
paulistana Mariana Aydar. Já
estão sendo acertadas homenagens a Milton Nascimento, Gilberto Gil, Tim Maia -que deve
ser ancorado por Ivete Sangalo- e Noel Rosa, com a possível
presença de Maria Bethânia.
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