"Desbravadores", versão em quadrinhos do filme "Pathfinder", conta a saga de guerreiro americano

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há diversas maneiras de contar uma história. A vida do guerreiro fictício conhecido como Espírito é um exemplo. Ela é narrada no filme "Pathfinder", que estreou nos Estados Unidos no dia 13 e deve chegar aos cinemas brasileiros ainda neste ano. E está também no livro "Desbravadores - Uma Saga Americana", que é a versão em quadrinhos da mesma aventura -lançada neste mês.
O diretor de "Pathfinder" é o alemão Marcus Nispel, da refilmagem de 2003 de "O Massacre da Serra Elétrica", fã assumido de cultura pop e de histórias em quadrinhos. Para ajudar a concepção visual de seu filme, Nispel recorreu ao trabalho do ilustrador Christopher Shy, conhecido por trabalhar com arte digital e criar ilustrações de ficção e fantasia.
A idéia original de Nispel era criar uma história épica que se passa na América do Norte do século 9 d.C., onde vikings enfrentariam os wampanoags, índios nativos dos Estados norte-americanos hoje conhecidos como Massachusetts e Rhode Island. A função de Shy era criar imagens para o filme retratando cenas do duelo, pondo no papel desde barcos escandinavos até aldeias wampanoags.
"Pathfinder" traz a história de Espírito, um guerreiro que, quando menino viking, foi o único sobrevivente de uma incursão de seu povo à América do Norte. O garoto é criado pelos índios wampanoags e, já na idade adulta, depara-se no meio de uma nova invasão que coloca seu povo original, os vikings, em confronto com a tribo que o acolheu na infância.
Todo o visual do filme foi inspirado nas ilustrações criadas por Shy. Esse trabalho gerou uma conseqüência: o volume de ilustrações e o interesse do artista pela história deram a idéia e as condições para que "Pathfinder" fosse retratada também em uma história em quadrinhos. Assim, a roteirista do filme, Laeta Kalogridis, trabalhou em uma versão de sua história para a HQ de Shy.
Se a base de toda história em quadrinhos é o roteiro, o que se destaca em "Desbravadores" é a arte. Shy cria belas páginas, sempre escuras e violentas.
Das batalhas aos momentos de introspecção, tudo se passa nas sombras. É Shy que consegue dar o clima que uma batalha pela sobrevivência no século nono teria. Como essa história ficou no cinema já não dá para saber. Aí é com Marcus Nispel e sua equipe.