Evento, que acontece até 31/5, terá ainda "Os Troianos", saga com 4h de duração

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Ano da França no Brasil, os espanhóis Nancy Fabiola Herrera e Emilio Sagi são os destaques da montagem de "Sansão e Dalila", de Saint-Saëns, que abre hoje a 13ª edição do Festival Amazonas de Ópera, em Manaus.
Nascida na Venezuela, mas criada nas ilhas Canárias, Fabiola Herrera é uma das mais requisitadas mezzo-sopranos no papel-título de "Carmen", de Bizet, que já cantou em teatros como o Metropolitan de Nova York (em produção de Franco Zeffirelli) e o Covent Garden, em Londres.
Em Manaus, ela faz seu debute no papel de Dalila, em produção com direção cênica de Emilio Sagi, que possui vasto e respeitado currículo internacional. Sansão é cantado pelo tenor norte-americano Michael Hendrick; o refinado barítono francês Jean Philippe Lafont faz o Grande Sacerdote, enquanto a regência é do diretor artístico do festival, Luiz Fernando Malheiro.
"A escolha dos títulos foi feita em uma tentativa de mostrar um leque, o mais amplo possível, das várias escolas, por assim dizer, da ópera francesa", conta Malheiro. "Eu fui a Paris, em setembro do ano passado [...] e acabamos convidando vários cantores, maestros e diretores de cena."
Além de concertos com orquestra e recitais de canto e piano, o festival, que vai até 31 de maio, trará uma montagem "pocket" de "Carmen"; uma versão de concerto de "Pelléas et Mélisande", de Debussy; e a opereta "A Vida Parisiense em Manaus", de Offenbach.
A iniciativa mais ambiciosa é a encenação, entre 24 e 28 de maio, da gigantesca ópera "Os Troianos", de Berlioz, uma saga de mais de quatro horas de duração, baseada na "Eneida", com regência do francês Laurent Campellone e direção cênica de Caetano Vilela. Outros itens anunciados antes-"O Diálogo das Carmelitas", "Le Cid" e "Joana d'Arc na Fogueira"- ficaram de fora.
"Infelizmente, com a crise internacional, com a própria dificuldade burocrática de organização de todos que estão participando deste ano da França, dos Comissariados, nós acabamos não tendo nenhum apoio financeiro, além de termos tido alguns cortes dos nossos patrocínios normais", diz Malheiro. O evento é financiado com R$ 3 milhões do governo estadual amazonense, mais R$ 1 milhão do Bradesco e R$ 150 mil da Petrobras.