São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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Coleção Folha traz "Doutor Jivago"

Clássico de David Lean antecipou era das megaproduções multinacionais

Filme tem o egípcio Omar Sharif no papel principal, marca a estreia de Geraldine Chaplin e tem a então jovem Julie Christie no elenco


DA REPORTAGEM LOCAL

Fala-se muito da globalização do cinema e da ampliação dos filmes de características multinacionais. Mas o fato é que, bem antes do processo de globalização, o cinema já antecipava as associações de capitais e talentos de países diferentes para viabilizar projetos.
"Doutor Jivago", sexto volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, talvez seja um dos exemplos mais interessantes disso. Sua gênese é basicamente europeia: um romance russo (de Boris Pasternak), um produtor italiano (Carlo Ponti) e um diretor inglês (David Lean).
A história é um épico que exigiu um orçamento elevado para a época: US$ 11 milhões. Foi preciso juntar esforços para viabilizar o filme, e Carlo Ponti, com sócios europeus, convenceu a Metro Goldwin Mayer, um grande estúdio americano, a cofinanciar a produção e ficar com os direitos de distribuição mundial. A partir daí, um elenco multinacional foi escalado.
O papel principal ficou com o egípcio Omar Sharif, e, para viver a heroína Lara, amante de Jivago, foi escolhida a jovem e bela inglesa nascida na Índia Julie Christie. "Doutor Jivago" ainda marca a estreia no cinema de Geraldine Chaplin -filha de Charles Chaplin, descoberta quando dançava no Royal Ballet, de Londres- e reúne um time de pesos-pesados entre os coadjuvantes, como Ralph Richardson, Tom Courtenay, Siobhan McKenna, Rod Steiger e Klaus Kinski.
A variedade de elementos é orquestrada com maestria por David Lean, como explica o colunista da Folha Jorge Coli, no comentário incluído no livro desta coleção: "O orçamento milionário, as locações espalhadas pelo mundo não impediram David Lean de controlar as mais ínfimas sutilezas dessa imensa máquina. Fixou, no filme, sua força pictórica, em que as experiências individuais e coletivas da história se desenrolam eloquentes, tensas".
Já o texto do crítico da Folha Sérgio Rizzo situa a produção historicamente, descrevendo o caminho que fez deste filme um bom exemplo de uma produção realizada em plena transição da chamada "era dos produtores" para a era dos "filmes de autor".


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