São Paulo, Sexta-feira, 23 de Abril de 1999
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TELEVISÃO
HBO exibe filme sobre a vida do polêmico Don King

EDUARDO OHATA
da Reportagem Local

O polêmico Don King, um dos maiores promotores de lutas de boxe de todos os tempos, não surgiu com a ascensão de Mike Tyson ao trono dos peso-pesados em 1986.
Sua história, desde a prisão por assassinato e o domínio da categoria dos pesados a partir dos anos 70, até a luta em que Tyson morde as orelhas de Evander Holyfield, em 97, é o tema do filme ""Don King: O Rei do Boxe", filme que o canal HBO exibe neste domingo às 20h30.
O filme, baseado no livro ""Only in America: The Life and Crimes of Don King" (Só na América: A Vida e os Crimes de Don King), de Jack Newfield, cobre a toda a trajetória do empresário norte-americano. De sua prisão por assassinato, passando por sua introdução no mundo do boxe, até seu relacionamento com o ex-campeão Mike Tyson.
O ator Ving Rhames, que faz o papel de King (e que ganhou um Globo de Ouro pela interpretação), além de possuir incrível semelhança física com seu personagem, soube capturar em detalhes o gestual do promotor, inclusive o perpétuo sorriso que apresenta diante das câmeras.
Algumas passagens da história de King, porém, não são bem aproveitadas. Os quatro anos passados na prisão e seus 11 anos de relacionamento profissional com Tyson são explorados de maneira muito superficial.
Outro problema é a falta de atenção com os detalhes, que fica evidente em diversas sequências.
A certa altura, por exemplo, o filme mostra King ouvindo, na prisão, uma narração radiofônica da ""Luta do Século", o primeiro combate entre Muhammad Ali e Joe Frazier. A luta não foi transmitida por rádio.
O gorducho Ricchie Giachetti, treinador do ex-campeão mundial dos pesados Larry Holmes, é interpretado por outro técnico, Teddy Atlas. Detalhe: Atlas é magro e nada tem a ver com Giachetti.
Em outra cena, representando o terceiro combate entre Ali e Frazier, é dada a impressão que este pediu ao árbitro para que o combate fosse interrompido.
Na verdade, Joe Frazier havia implorado a seu técnico para que o combate não fosse encerrado.
Mesmo assim, o filme consegue mostrar a personalidade megalomaníaca de King e sua ambição, que o faz não somente buscar o lucro com seus lutadores, mas usá-los e tirar o máximo de vantagem deles.


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