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Parque sente a morte de tatus
da Reportagem Local
O Parque Nacional da Serra da
Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí, foi criado em 1979
com o objetivo de proteger um patrimônio inestimável.
Em cerca de 130 mil hectares, o
parque abriga cerca de 400 sítios
arqueológicos pré-históricos, com
galerias de vários andares que conservam pinturas e gravuras rupestres que datam de mais de 25 mil
anos.
Essas inscrições são indícios prováveis da mais antiga presença humana na América do Sul, que dataria de cerca de 50 mil anos.
O parque também se destaca por
suas belezas naturais, como a formação rochosa conhecida como
Pedra Furada, um paredão de 60 m
de altura com um buraco de 15 m
de diâmetro.
Patrimônio histórico da humanidade desde 1991, o parque chegou a figurar na lista da World Monuments Fund, indicado por Anne-Marie Pessis, diretora da Fundação Museu do Homem Americano, entidade científica criada em
1986 para proteger o parque.
Segundo a diretora, o próprio
Parque Nacional da Serra da Capivara não solicitou a inclusão na lista, pois a situação de perigo em que
ele se encontrava foi controlada.
"Solicitamos a inclusão do parque em 1996 apresentando um
diagnóstico da situação em que o
parque se encontrava. Mandamos
filmes, slides e pareceres técnicos
que foram aprovados. A presença
do parque na lista da WMF não
trouxe nenhum retorno financeiro, mas serviu como um aval para
o trabalho que desenvolvíamos
aqui", disse a diretora.
"Felizmente, problemas como
incêndios e vandalismos foram
controlados e por isso não foi necessário reapresentar o parque",
complementou.
Segundo a diretora, a população
local já tem consciência de que o
local precisa ser preservado e por
isso não existem mais casos de
vandalismos.
Curiosamente, o maior problema que o parque enfrenta agora,
segundo a diretora, é a matança de
tatus e tamanduás, animais que se
alimentam de cupins e formigas,
insetos que danificam os sítios.
"Os sítios arqueológicos estão
protegidos. Mas agora temos problemas de caça predatória de tatus
e tamanduás. Isso causa desequilíbrio ecológico no parque, pois
provoca a proliferação de cupins e
formigas, que danificam os sítios.
Eles vão comendo tudo. Não sabem se são pinturas rupestres ou
não", disse.
(CF)
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