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'Loco tem interesses', diz Konder
da Reportagem Local
O secretário municipal de
Cultura, Rodolfo Konder, classificou o projeto de lei que
obriga os espetáculos musicais
internacionais a terem show de
abertura a cargo de artistas nacionais de "uma coisa idiota".
"Coisa idiota" foi apenas um
dos adjetivos usado por Konder para definir a idéia.
O secretário também usou as
expressões "bolorenta", "autoritária" e "bomba", entre
outras, para qualificar a proposta apresentada pelo vereador Alberto Hiar, o Turco Loco
(PSDB).
"O vereador Turco Loco, como, aliás, o próprio nome diz,
é louco. E o projeto dele é arcaico e completamente inexequível", disse o secretário por telefone à Folha.
Para Konder, o projeto de lei
atende aos interesses do próprio autor.
"O Turco Loco é um empresário que ganha dinheiro apresentando bandas. Esse projeto
corresponde ao interesse dele
como empresário. Ele está tentando facilitar seus negócios",
afirmou.
Konder também disse que,
anteriormente, Turco Loco
procurara a secretaria de Cultura tentando buscar patrocínio para espetáculos.
"Ele já tentou fazer seus negócios aqui. Tentou fazer
shows, sempre com propostas
superfaturadas, que nós rechaçamos", afirmou.
O secretário de Cultura diz
que o projeto de lei é inadequado e cria problemas técnicos.
Para Konder, se a lei for aprovada, prejudicará o processo
de expansão cultural da cidade
de São Paulo.
Ele cita como exemplo o projeto de popularizar os grandes
espetáculos de música clássica.
Por esse projeto, a Orquestra
Filarmônica de Nova York se
apresenta no parque do Ibirapuera no dia 15 de junho e no
Teatro Municipal nos dias 16,
17 e 18.
No segundo semestre deve-se
apresentar a Orquestra de Israel, sob a regência de Zubin
Mehta.
"Imagine se cada espetáculo
desses tiver um grupo brasileiro fazendo a abertura. O público vai querendo ver o estrangeiro e você amesquinha o papel de quem se apresenta antes", diz.
(LAR)
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