São Paulo, sexta, 23 de maio de 1997.



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'Loco tem interesses', diz Konder

da Reportagem Local

O secretário municipal de Cultura, Rodolfo Konder, classificou o projeto de lei que obriga os espetáculos musicais internacionais a terem show de abertura a cargo de artistas nacionais de "uma coisa idiota".
"Coisa idiota" foi apenas um dos adjetivos usado por Konder para definir a idéia.
O secretário também usou as expressões "bolorenta", "autoritária" e "bomba", entre outras, para qualificar a proposta apresentada pelo vereador Alberto Hiar, o Turco Loco (PSDB).
"O vereador Turco Loco, como, aliás, o próprio nome diz, é louco. E o projeto dele é arcaico e completamente inexequível", disse o secretário por telefone à Folha.
Para Konder, o projeto de lei atende aos interesses do próprio autor.
"O Turco Loco é um empresário que ganha dinheiro apresentando bandas. Esse projeto corresponde ao interesse dele como empresário. Ele está tentando facilitar seus negócios", afirmou.
Konder também disse que, anteriormente, Turco Loco procurara a secretaria de Cultura tentando buscar patrocínio para espetáculos.
"Ele já tentou fazer seus negócios aqui. Tentou fazer shows, sempre com propostas superfaturadas, que nós rechaçamos", afirmou.
O secretário de Cultura diz que o projeto de lei é inadequado e cria problemas técnicos.
Para Konder, se a lei for aprovada, prejudicará o processo de expansão cultural da cidade de São Paulo.
Ele cita como exemplo o projeto de popularizar os grandes espetáculos de música clássica.
Por esse projeto, a Orquestra Filarmônica de Nova York se apresenta no parque do Ibirapuera no dia 15 de junho e no Teatro Municipal nos dias 16, 17 e 18.
No segundo semestre deve-se apresentar a Orquestra de Israel, sob a regência de Zubin Mehta.
"Imagine se cada espetáculo desses tiver um grupo brasileiro fazendo a abertura. O público vai querendo ver o estrangeiro e você amesquinha o papel de quem se apresenta antes", diz.
(LAR)



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