MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Descobrir como trabalham, vivem e o que pensam as novas gerações de atores, além de trocar experiências sobre cinema, teatro e televisão. Eis a proposta de "Novos Nomes", programa que estréia hoje no Canal Brasil com o ator e diretor Paulo Betti -aos 52 anos, pela primeira vez à frente de um "talk show".
"Nunca pensei em ser apresentador. Mas, quando surgiu a proposta, foi estimulante a idéia de conhecer mais sobre pessoas que eu queria conversar. Quando os entrevistei, realmente não foi em vão, foi uma delícia", afirma.
Ator das três áreas e engajado politicamente -o ator sempre estrelou campanhas do PT-, Betti diz estar surpreso com a nova geração. "Eles não têm aquela ideologia que nós tínhamos, mas demonstram um engajamento político diferente", analisa. "A grande maioria demonstra responsabilidade diante do que representa para o público."
Foram gravados 26 programas, que serão exibidos semanalmente, com atores jovens de destaque. O primeiro entrevistado é Rodrigo Santoro. "É como se estivéssemos em casa, mas ao mesmo tempo com muito profissionalismo, pois é um programa com conteúdo, para ambos os públicos, o específico e o geral", diz Betti.
"Acho que há uma certa proximidade minha com eles. Na verdade, vi que eles me respeitam e que eu os respeito também", explica o apresentador.
Para Betti, há momentos sérios, emocionantes e cômicos nas entrevistas, que são intercaladas com exercícios de dicção, voz e atuação. "Eu fui professor, tenho um trabalho de oficinas de atores e aproveito isso para mostrar o que se faz nas aulas durante o programa", conta ele, que estava afastado da televisão desde sua experiência na Record na novela "Metamorphoses", no ano passado, e que deve lançar, neste ano, o primeiro longa-metragem que dirigiu, chamado "Cafundó".