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"Vamos profissionalizar o MuBE"
Novo presidente do museu, Jorge Landmann diz que sua gestão representa "guinada total" na instituição
Já para ex-vice-presidente do MuBE, empresário eleito na última sexta não mudará administração "caótica, superficial e agranfinada"
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleito na última sexta-feira
presidente do Museu Brasileiro
de Escultura (MuBE), o empresário Jorge Landmann afirma
que sua eleição representa uma
"guinada total" na instituição,
até então dirigida por Marilisa
Rathsam. Com uma gestão polêmica, Rathsam levou a instituição a ser apelidada de museu
brasileiro de eventos.
"Nossos eventos são mais ligados à arte do que a maioria
dos que acontecem em outros
museus do país. Eu mesmo estive num casamento no MAM,
em abril", diz Landmann, há sete anos presidente da sociedade
civil que administra o MuBE.
"Cuidava mais da parte financeira, agora é necessário um redirecionamento cultural."
Entretanto, para o então vice-presidente do museu, Luiz
Antônio Seraphico de Assis
Carvalho, que renunciou ao
cargo há três semanas, Landmann não representa mudança: "Ele é um preposto da Marilisa, que teve uma administração péssima, caótica, superficial, "agranfinada", sem produzir resultados que justificassem
o comodato", disse à Folha.
Toda essa polêmica foi gerada por uma notificação da Prefeitura de São Paulo, em 17 de
abril, que rescindiu a concessão administrativa do museu,
afirmando que o espaço era
mal utilizado. A direção do museu recorreu ao Tribunal de
Justiça, obtendo uma liminar.
"Não sei os motivos que levaram Seraphico a sair do museu,
mas não lembro o que ele fez
aqui dentro, só de seus discursos, pois ele era o orador da casa e sempre elogiou a Marilisa",
diz Landmann. Na segunda, o
presidente contou seus planos
para transformar o museu.
Rathsam não respondeu
questões da Folha por estar, segundo o museu, em férias.
FOLHA - O que significou sua eleição, na última sexta?
JORGE LANDMANN - Decidimos
transformar o museu numa
instituição profissional, voltada à comunidade, que possa
trazer grandes artistas e desenvolver um movimento cultural
avançado. Dona Marilisa construiu uma obra fantástica. Nosso compromisso com a prefeitura era de construir um prédio
de 500 metros e ela conseguiu
construir, com dinheiro privado, uma jóia arquitetônica.
Agora vamos profissionalizar o
museu, trazendo um curador
do nível do Jacob Klintowitz.
FOLHA - E Marilisa Rathsam continua no museu?
LANDMANN - Continua no museu e deverá ir, no futuro, para a
presidência honorária vitalícia,
que é o cargo que ela merece.
FOLHA - O senhor acha normal ela
ter dado o próprio nome ao museu?
LANDMANN - Não sei o que a levou a isso, mas ela abriu mão há
uns quatro ou cinco meses. Foi
muito mansa e passiva a forma
como ela abriu mão.
FOLHA - A rescisão da concessão ao
museu tem sido apoiada por muitos
artistas e curadores, o que denota
uma imagem negativa. A sua eleição não pode ser uma tentativa de
representar mudança, mas ao mesmo tempo de manter a mesma
orientação em vigor?
LANDMANN - Eu diria que não.
Ela sabe que estamos dando
uma guinada total nesse museu. Ninguém pode negar o fato
de ela ter feito uma grande
obra. Conseguimos manter esse museu, como se mantém em
qualquer parte do mundo.
Aliás, nossos eventos são mais
ligados à arte do que a maioria
dos eventos em outros museus
do país. Eu mesmo estive num
casamento no MAM, em abril.
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