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Crítica
"Soldado" mostra que Mendes foi sobrevalorizado
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nada pior do que a glória instantânea. O diretor Sam Mendes foi premiado logo de cara
com um Oscar por "Beleza
Americana", entre outras dezenas de prêmios que o filme recebeu mundo afora.
E o que veio depois? Um apagado "Estrada para Perdição",
seguido por este "Soldado
Anônimo" (Telecine Pipoca,
22h). Aqui temos a história de
um jovem soldado que vai para
a guerra para seguir uma tradição familiar.
Mas os tempos mudam, mudam as guerras. O rapaz (Jake
Gyllenhaal) vai para o Oriente
Médio. Leva na bagagem um
sargento da velha tradição: caxias, durão. A questão do filme,
muito interessante, é: será que
tais personagens ainda fazem
sentido no mundo atual? Será
que servem para outra coisa
além de sofrer? A questão ao
filme é: por que não consegue
pôr em relevo as questões que
ali podemos pressentir? Talvez
porque Mendes tenha sido tão
sobrevalorizado que, agora,
custe a ele mais do que ao comum dos mortais evoluir.
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