São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006 |
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CDs Instrumental Já Tô te Esperando EDU RIBEIRO Gravadora: Maritaca; Quanto: R$ 25, em média Revelação da bateria, esse catarinense radicado em São Paulo já acompanhou uma constelação de astros da MPB e do jazz, de Johnny Alf a Randy Brecker. Na estréia como solista, ele confirma sua grande intimidade com as baquetas e ainda chama a atenção como compositor. Do lirismo de "Galada" à animação de "Cebola no Frevo" (parceria com o violonista Chico Pinheiro), passando pelos saborosos sambas "El Rei dos Casamentos" e "Pro Fernando", Edu prova que a música instrumental brasileira vive uma fase especial. POR QUE OUVIR: além da afiada seção rítmica, o acordeom de Toninho Ferragutti e o flugelhorn de Daniel Alcântara realçam as sonoridades dos diferentes quartetos e quintetos comandados pelo baterista, que incluem o piano de Fábio Torres e o baixo de Paulo Paulelli. (CARLOS CALADO) Rock Por que os Leões do Circo Não se Revoltam? ROTOR Gravadora: EMI; Quanto: R$ 22, em média Se o amadorismo de maioria das bandas de faculdades fazem o ouvinte acreditar que boa música não sobrevive em campi, o Rotor fez bem em ter passado apenas na porta. Em 2003, vieram de Barra Bonita, interior de SP, dentro de uma Kombi, para shows-relâmpagos e clandestinos nas portas de faculdades da capital. A estratégia de marketing funcionou tanto que agora eles lançam seu primeiro trabalho em gravadora grande. Quanto à música, se não chegam a comprometer, ainda mantém certos vícios, digamos, estudantis, em algumas letras ("siga os seus planos/creia na força dos sonhos", em "Nunca Desista das Certezas"). POR QUE OUVIR: banda ainda sem imagem, o Rotor tem grande potencial dentro da seara pop rock, com boas músicas ("Num Dia Ela Acordou"; "Meu Controle Ausente"). (BRUNO YUTAKA SAITO) Rock On Tour - Please Leave Quietly PJ HARVEY Gravadora: Universal; Quanto: R$ 39, em média Registro da turnê de "Uh Huh Her", confere um ar intimista ao formato. Atinge isso pelas entrevistas despretensiosas com os membros da banda e com Harvey, uma das vozes mais interessante da música alternativa. Seu blues-rock elegante soa ótimo desde o material antigo, como "Dress" e "Harder", até as canções mais recentes. Olhos e ouvidos se deliciam com "Catherine", emoldurada pela beleza estranha de Harvey, que serve mais às canções que a capas de revistas. POR QUE OUVIR: como se não bastasse a integridade artística da cantora e compositora, o disco passa longe da tradicional superficialidade dos DVDs ao vivo, com saídas simples e fotografia inteligente. (MÁRVIO DOS ANJOS) MPB Geminiana MARCIA SALOMON Gravadora: Dabliú; Quanto: R$ 25, em média Quase uma década após sua última gravação, a cantora paulista reaparece com um álbum dedicado ao bossa-novista Roberto Menescal, que produziu sua estréia, em 1991. O repertório é centrado em composições de J.C. Costa Netto, autor de oito faixas (quatro em parceria com Menescal), com destaque para a nostálgica "Bar do Alemão". Curiosamente, em meio a várias canções românticas, destacam-se releituras de dois conhecidos blues: "Não Vale a Pena" (Jean e Paulo Garfunkel), recém-gravada por Maria Rita, e "Rosa in Blues" (Costa Netto e Menescal), realçadas pelo violão do produtor Alexandre Fontanetti e a guitarra de Edu Gomes. A delicada releitura da canção "Recado" (Gonzaguinha) também é um acerto. POR QUE OUVIR: só a voz doce e as interpretações despojadas da cantora já valem a audição. (CC) Choro Só Pixinguinha ZÉ DA VELHA E SILVÉRIO PONTES Gravadora: Biscoito Fino; Quanto: R$ 32, em média Há 11 anos, Zé da Velha e Silvério Pontes fazem discos e shows sensacionais, mas faltava um CD inteiro dedicado a Pixinguinha (1898-1973), logo ele que foi o maior professor do trombonista. Zé da Velha, ainda adolescente, era levado pelo mestre para tocar com sua turma de antigos músicos, a Velha Guarda. Daí surgiu o apelido. Com o parceiro trompetista, Silvério Pontes, faz um disco em que concilia clássicos (como as músicas "Carinhoso" e "Ingênuo"), com outras à sua feição, como "Trombone Atrevido". POR QUE OUVIR: os músicos Zé da Velha e Silvério Pontes têm a capacidade de fazer um som, ao mesmo tempo, suave e dançante. E ainda são acompanhados de feras como o pianista Cristóvão Bastos e o violonista Rogério Caetano. (LUIZ FERNANDO VIANNA) Eletrônica Pictures TIMO MAAS Gravadora: Warner; Quanto: R$ 30, em média Timo Maas esteve recentemente no Skol Beats e, DJ de repertório eclético, trouxe consigo batidas que caíam para o minimalismo. Neste disco de produções próprias (o último foi "Loud", em 2002), o alemão convidou gente como Brian Molko (Placebo) e as cantoras Neneh Cherry e Kelis. O resultado agrada -com a ajuda de alguns efeitos, Maas consegue fazer Molko não soar irritante na boa faixa-título e na dançante "First Day". Já "Higher Drama" é dark, e "Release" é a faceta break de Maas. Já "4 Ur Ears", com Kelis, é o melhor momento do disco, influenciada por disco e por electro. POR QUE OUVIR: o álbum alterna músicas feitas para dançar com outras de batidas mais lentas e introspectivas -soa variado e surpreendente. (THIAGO NEY) Texto Anterior: MPB: Lucas Santtana aposta na força da web Próximo Texto: Creative Commons traz sua cúpula mundial ao Rio Índice |
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