DA REPORTAGEM LOCAL

"Ela era uma menina que falava feito os meninos, sendo de uma geração em que homens e mulheres falavam de modo diferente", afirma o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, citando o primeiro aspecto de Leila Diniz que lhe chamou a atenção, quando os dois se conheceram, no Rio dos anos 60.
Ele era um jovem poeta; ela, ainda uma adolescente, com um comportamento que já anunciava a mulher-símbolo da Ipanema daquela época e das idéias libertárias de todos os tempos, que viria a ser.
A amizade entre Bigode e Leila e a cinebiografia dela que ele dirigiu, "Leila Diniz" (1987), 15 anos após sua morte, num acidente aéreo, são aspectos abordados na edição dos "Retratos Brasileiros" que o Canal Brasil dedica hoje à atriz.
No primeiro bloco do programa, ao depoimento de Bigode soma-se um coral de vozes com análises e lembranças em torno de Leila Diniz (1945-72) -falam Ruy Castro, Ziraldo, Ana Maria Magalhães e Domingos Oliveira, que conta como se conheceram numa noite de Natal e viraram marido e mulher.
O segundo bloco é ocupado pelo depoimento da biógrafa Mirian Goldenberg ("Toda Mulher É Meio Leila Diniz", Record), enquanto o terceiro repassa a carreira de Leila como atriz. O conjunto delineia um perfil afetuoso, mas carente de ousadia, um traço de Leila. (SA)