São Paulo, terça, 23 de junho de 1998

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Tumor cresce e agrava estado de Leandro

da Reportagem Local

A terceira sessão de quimioterapia pela qual passou o cantor Luiz José Costa, o Leandro, 36, não conseguiu parar o crescimento do tumor. Segundo os boletins médicos divulgados pelo hospital São Luiz, seu estado clínico passou de "grave" para "muito grave"
"A situação está difícil. Apesar da quimioterapia, o tumor cresceu", afirmou ontem a médica Maria Lydia de Andrea.
Nessa terceira sessão, iniciada na quinta-feira passada, Leandro foi submetido a uma droga quimioterápica mais forte que as usadas nas fases anteriores.
"Agora temos que aguardar." Andrea não soube dizer o quanto aumentou o tumor, mas disse que ele "está empurrando tudo", inclusive o coração.
Segundo o boletim médico número 23, divulgado ontem, "o quadro clínico do paciente e exames realizados demonstram aumento do tumor, que invade importantes estruturas vizinhas. O paciente continua em estado muito grave, sedado e com respiração assistida".
O documento é assinado pelos médicos Ruy Marco Antonio, Cláudio Petrilli e Maria Lydia de Andrea.
Várias pessoas têm visitado Leandro na UTI do hospital São Luiz. Na noite de domingo, a família do cantor permitiu a entrada do padre Marcelo Rossi e do médium João de Deus. Ambos oraram por alguns minutos ao lado do cantor.
O jogador de futebol Marcelinho Carioca também visitou Leandro e entrou na UTI. Marcelinho afirmou ainda que Leandro apertou sua mão e que viu lágrimas saírem dos olhos do cantor.
A assessora do cantor, Ede Cury, atribuiu o fato a um "reflexo normal" e disse que, de agora em diante, só Leonardo, parceiro e irmão de Leandro, entrará na UTI.

Hipertensão
O quadro de instabilidade cardiocirculatória e hipertensão arterial do cantor não mudou desde a noite de sábado.
O coração de Leandro continua acelerando (taquicardia) e desacelerando (bradicardia) alternadamente, o que caracterizaria uma arritmia. Os médicos estavam tentando controlar esse quadro clínico com medicamentos.
Segundo o boletim anterior, "essa situação traduz agravamento no quadro do paciente".
Entretanto, não é esse o principal problema do quadro clínico do cantor sertanejo, mas sim o crescimento do tumor.
Leandro é portador de um tipo raro de tumor, chamado Askin, em seu mediastino, na cavidade do pulmão direito. O tumor tem ocorrência mais comum em crianças e é de tratamento extremamente difícil.
Uma semana
O cantor completou ontem uma semana desacordado na UTI do hospital São Luiz.
Leandro foi internado às pressas na segunda-feira passada após sofrer convulsões seguidas de uma parada cardiorrespiratória.
Na ocasião, o artista estava em seu apartamento no Itaim. Por acaso, os médicos oncologistas Maria Lydia de Andrea e Cláudio Petrilli estavam presentes no momento da crise e conseguiram reanimar o cantor.
No dia seguinte, foi anunciado que Leandro tinha infecção generalizada. A razão era que seu sistema imunológico estava enfraquecido pela quimioterapia. A infecção foi controlada em seguida.
Na quinta-feira, Leandro foi submetido a duas cirurgias. Além disso, iniciou-se a terceira sessão de quimioterapia.
A primeira cirurgia foi a colocação de uma prótese chamada "stent" na veia cava superior de Leandro. O tumor estava comprimindo a veia, que tem parede fina e fácil de ser amassada. A prótese foi colocada para manter o tumor afastado e garantir o fluxo de sangue.
A outra cirurgia, chamada "embolização", consistiu na obstrução de seis artérias brônquicas de Leandro.
As artérias brônquicas eram as principais fontes de sangue que alimentavam o tumor.



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