|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUÍDO
Brasil perdeu 25% de mercado, afirma IFPI
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Federação Internacional da
Indústria Fonográfica (IFPI) divulgou um dado que o mercado
musical brasileiro vinha ocultando: segundo a congregação
mundial de gravadoras, o mercado musical oficial encolheu
25% no país em 2004.
O anúncio central da IFPI é de
que a pirataria consome 15% do
mercado mundial e movimenta
estimados US$ 4,5 bilhões
anuais. E calculou que mais de
um terço dos discos consumidos em 2003 eram piratas.
As notícias chegam na mesma
semana da aprovação incondicional, pela Comissão Européia,
da fusão entre dois gigantes do
setor, BMG e Sony Music.
Segundo um representante da
BMG, a futura Sony BMG empregará cerca de 9.000 trabalhadores e movimentará entre US$
4,5 milhões e US$ 5 milhões. Se
for assim, irá se aproximar da líder atual no setor (a Universal),
num cenário concentrado em
quatro grandes empresas.
A fusão deve estar concluída
em junho de 2005 e implicará,
segundo o jornal "Financial Times", a demissão de 2.000 funcionários no mundo todo.
No Brasil, as filiais das duas casas já preparam terreno antecipando a conclusão de seus anos
fiscais. Ninguém se pronuncia
sobre o assunto, mas aqui já se
teme o choque cultural que deve
significar a junção de uma empresa de cultura alemã (a BMG)
com outra de origem japonesa.
O NÃO-LANÇAMENTO
Bem antes de se fundir, a
BMG se chamava RCA e
possuía no Brasil um ícone
chamado Nelson Gonçalves,
ativo no mercado musical
desde os anos 40. Em processo de modernização, ele
gravou em 76 "Nelson Até
2001", em que incluía, feito
um Pelé, sua "milésima canção" e gravava nomes novos
e promissores como João
Bosco e Aldir Blanc ("Vida
Noturna") e o pré-brega
Wando ("Moça"). Com o
clássico parceiro Adelino
Moreira, compunha que "só
pretendo morrer/ depois de
2001". Morreu em 98, e a
partir dali a BMG interrompeu pelo meio um projeto de
reedição de sua discografia.
RACIONAIS NO PACAEMBU
O festival "Agosto Negro", da
Prefeitura de São Paulo,
incluirá neste ano 11 grandes
shows ao ar livre. Começa dia
1º, com o rapper carioca
Marcelo D2, no Boulevard São
João, no centro. E termina no
último fim de semana do mês,
com a tomada de um espaço
nobre da região central -a
praça Charles Muller- pelos
Racionais MC's. O cardápio
inclui Negra Li, Xis, Curumin,
Gog, Império ZO etc.
BÊNÇÃOS AO PAPA
Papa da bossa nova, João
Donato comemorará 70 anos
com pompa e circunstância.
Em três rodadas de shows a
partir do dia 30, desfilará o
naco mais pop de sua obra em
companhia de parceiros novos
(Marcelo D2, DJ Patife, Otto,
Léo Maia) e antigos (Wanda
Sá, Péricles Cavalcanti).
CORAÇÃO DE ESTUDANTE
Milton Nascimento volta à
EMI (ex-Odeon), casa em que
criou parte substancial de sua
obra nos anos 60 e 70 -mas só
como parceiro coligado. Já sob
nova administração, a EMI
fará o marketing e a
distribuição de produtos do
selo Nascimento, a começar
pelo DVD "A Sede do Peixe".
TITÃS, O (AUTO)FILME
Um filme orçado em R$ 2
milhões vai prestar tributo à
história dos Titãs. Chama-se
"Titãs - O Filme". A produção
está nas mãos de quem
entende do riscado: um dos
diretores e roteiristas é Branco
Mello, também músico e
integrante da banda... Titãs.
DE DOIS EM DOIS
O Avenida Club inaugura
domingo o projeto quinzenal
"Dois em Um", de Rita
Damasceno e Rodrigo de
Araujo, com o revival de dois
ícones underground dos anos
80: Violeta de Outono e Zero. E
segue privilegiando nomes de
nova safra nos dias 1º
(Abimonistas e o semi-veterano Jupiter Apple) e 15
(Mombojó e Numismata).
psanches@folhasp.com.br
Texto Anterior: Trechos Próximo Texto: Outros lançamentos - Longe das sombras do pop: In Tune and On Time Live! Índice
|