São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2004

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RUÍDO

Brasil perdeu 25% de mercado, afirma IFPI

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgou um dado que o mercado musical brasileiro vinha ocultando: segundo a congregação mundial de gravadoras, o mercado musical oficial encolheu 25% no país em 2004.
O anúncio central da IFPI é de que a pirataria consome 15% do mercado mundial e movimenta estimados US$ 4,5 bilhões anuais. E calculou que mais de um terço dos discos consumidos em 2003 eram piratas.
As notícias chegam na mesma semana da aprovação incondicional, pela Comissão Européia, da fusão entre dois gigantes do setor, BMG e Sony Music.
Segundo um representante da BMG, a futura Sony BMG empregará cerca de 9.000 trabalhadores e movimentará entre US$ 4,5 milhões e US$ 5 milhões. Se for assim, irá se aproximar da líder atual no setor (a Universal), num cenário concentrado em quatro grandes empresas.
A fusão deve estar concluída em junho de 2005 e implicará, segundo o jornal "Financial Times", a demissão de 2.000 funcionários no mundo todo.
No Brasil, as filiais das duas casas já preparam terreno antecipando a conclusão de seus anos fiscais. Ninguém se pronuncia sobre o assunto, mas aqui já se teme o choque cultural que deve significar a junção de uma empresa de cultura alemã (a BMG) com outra de origem japonesa.

O NÃO-LANÇAMENTO

Bem antes de se fundir, a BMG se chamava RCA e possuía no Brasil um ícone chamado Nelson Gonçalves, ativo no mercado musical desde os anos 40. Em processo de modernização, ele gravou em 76 "Nelson Até 2001", em que incluía, feito um Pelé, sua "milésima canção" e gravava nomes novos e promissores como João Bosco e Aldir Blanc ("Vida Noturna") e o pré-brega Wando ("Moça"). Com o clássico parceiro Adelino Moreira, compunha que "só pretendo morrer/ depois de 2001". Morreu em 98, e a partir dali a BMG interrompeu pelo meio um projeto de reedição de sua discografia.

RACIONAIS NO PACAEMBU
O festival "Agosto Negro", da Prefeitura de São Paulo, incluirá neste ano 11 grandes shows ao ar livre. Começa dia 1º, com o rapper carioca Marcelo D2, no Boulevard São João, no centro. E termina no último fim de semana do mês, com a tomada de um espaço nobre da região central -a praça Charles Muller- pelos Racionais MC's. O cardápio inclui Negra Li, Xis, Curumin, Gog, Império ZO etc.

BÊNÇÃOS AO PAPA
Papa da bossa nova, João Donato comemorará 70 anos com pompa e circunstância. Em três rodadas de shows a partir do dia 30, desfilará o naco mais pop de sua obra em companhia de parceiros novos (Marcelo D2, DJ Patife, Otto, Léo Maia) e antigos (Wanda Sá, Péricles Cavalcanti).

CORAÇÃO DE ESTUDANTE
Milton Nascimento volta à EMI (ex-Odeon), casa em que criou parte substancial de sua obra nos anos 60 e 70 -mas só como parceiro coligado. Já sob nova administração, a EMI fará o marketing e a distribuição de produtos do selo Nascimento, a começar pelo DVD "A Sede do Peixe".

TITÃS, O (AUTO)FILME
Um filme orçado em R$ 2 milhões vai prestar tributo à história dos Titãs. Chama-se "Titãs - O Filme". A produção está nas mãos de quem entende do riscado: um dos diretores e roteiristas é Branco Mello, também músico e integrante da banda... Titãs.

DE DOIS EM DOIS
O Avenida Club inaugura domingo o projeto quinzenal "Dois em Um", de Rita Damasceno e Rodrigo de Araujo, com o revival de dois ícones underground dos anos 80: Violeta de Outono e Zero. E segue privilegiando nomes de nova safra nos dias 1º (Abimonistas e o semi-veterano Jupiter Apple) e 15 (Mombojó e Numismata).

psanches@folhasp.com.br


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