São Paulo, sábado, 23 de julho de 2011

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Wisnik estreia seu show "indivisível"

Músico e ensaísta paulista lança CD duplo com parcerias de Chico Buarque e Marcelo Jeneci em São Paulo

Trilhas de dança, música para teatro e poemas musicados compõem o trabalho, de gênero inclassificável


MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Professor de literatura brasileira na USP há quase quatro décadas, o "paulista de praia" Zé Miguel Wisnik (natural de São Vicente), 62, está lançando seu quarto trabalho musical, "Indivisíveis", com shows no Sesc Pompeia.
É um CD duplo com 25 canções com composições próprias e parcerias com artistas como Chico Buarque, Luiz Tatit e gente da nova geração, como Marcelo Jeneci.
"Dar aula e fazer shows são as duas atividades públicas mais felizes que existem", diz. "E nos últimos anos minha maior conquista foi ter conseguido criar um diálogo entre essas atividades. O assunto é a relação entre palavra, música e voz, ou seja, a canção", completa.
"Indivisível", segundo explica, é a convergência de tudo o que fez nesses anos. Trilhas de dança, música para teatro e ainda poemas que "surgiram para ser musicados" -Antonio Cicero, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, entre outros.
Para reforçar a ideia do título, as capas dos dois discos, ilustradas por grafismos com as iniciais do compositor, "Z", "M" e "W", são unidas por um ímã invisível.
Difícil dizer a que gênero pertencem as composições. Há uma unidade sonora, mas nada é óbvio. Tem samba, modinha, sertanejo e canções que cruzam várias referências, até mesmo as eruditas.
Piano, baixo, bateria e violão, além do vocal de Wisnik, formam a base. "As canções não têm camadas de revestimento. Em certo sentido, são muito nuas. Tudo pensado para elas, essencialmente, aparecerem", diz.
Cada um dos discos é dedicado a um instrumento principal. O primeiro privilegia o piano, instrumento com o qual Wisnik tem maior familiaridade -estudou piano clássico por 13 anos.
O segundo é fruto de sua parceria com o atual diretor artístico da Osesp, Arthur Nestrovski. Com ele ao violão, Wisnik percorreu o país de norte a sul, oferecendo aulas-show sobre a canção brasileira. É a partir dessas apresentações que surgiu o repertório do álbum.

GRUPO CORPO
Atualmente, Wisnik também finaliza a trilha sonora do próximo espetáculo do Grupo Corpo (seu quarto trabalho para a companhia, que estreia em agosto), inspirada em música medieval do século 13.
"Com muitos instrumentos de época, mas também violas caipiras, percussões. A ideia é que essas canções fossem interpretadas de alguma forma pela música brasileira", explica Wisnik.
O artista também divide seu tempo como curador de uma exposição sobre Oswald de Andrade, que deve ser inaugurada dentro de dois meses no Museu da Língua Portuguesa.

ZÉ MIGUEL WISNIK
ONDE Teatro do Sesc Pompeia (r. Clélia, 93 - Pompeia; tel. 0/xx/11/3871-7700)
QUANDO hoje, às 21h, e amanhã, às 19h
QUANTO R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
CLASSIFICAÇÃO 12 anos




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