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GASTRONOMIA
Cozinha "estrelada" brilha com ou sem chef
JULIANA GARÇON
da Redação
Caco Antibes, o pícaro esnobe
do humorístico "Sai de Baixo",
entra, na hora do almoço, em um
restaurante por quilo da movimentada rua Teodoro Sampaio,
no bairro de Pinheiros, em São
Paulo. A clientela -gente comum que trabalha na região-
lhe dá gastura. A fila para pesar os
pratos, aflição. À noite, no entanto, o simpático cafajeste se sentiria em seu elemento jantando no
mesmo restaurante.
A cena não faz parte dos roteiros do programa, mas mantém alguma relação com a realidade. O
estabelecimento em questão chama-se Bello Bello e tem entre seus
sócios o ator Miguel Falabella,
que interpreta Caco.
Embora já funcionasse para almoço, o restaurante promoveu,
na última quarta, um jantar de
inauguração. Passou a funcionar
à noite, com serviço a la carte.
"Espero que atraia gente interessante", comenta Falabella.
Talentoso no palco, o famoso
proprietário demonstra pouca intimidade com o menu. Questionado sobre uma indicação de prato, não se lembrou de nenhum. E
o que ele mesmo pediria? "Eu comeria um peito de frango e salada, pois jamais como carboidratos à noite."
Incursões de celebridades por
negócios ligados a gastronomia
ou a badalações noturnas passam
longe do ineditismo (veja quadro). Esportistas, artistas, apresentadores e figuras públicas canalizam, com mais ou menos sucesso, sua exposição na mídia em
favor dessa forma de diversificação de investimentos.
Propositadamente ou não, os
"empresários-estrelas" acabam
se beneficiando de expedientes
que promovem seus estabelecimentos. Há os mais óbvios
-aparições surpresa, como Thereza Collor, no Gogó da Ema, ou
Chitãozinho e Xororó, na churrascaria Montana Grill, ambos
em São Paulo. Alguns mantém
certa frequência ou dão "canjas"
-é o caso de Roberto Leal, em
seu Marquês de Marialva. E outros, como Guga Stroeter, assíduo
frequentador do próprio bar,
conseguem juntar o agradável ao
agradável -Stroeter é músico e
gourmet.
Se, por um lado, a celebridade
diversifica seus investimentos
com a gastronomia -mesmo
que não entenda nada do assunto- ou a badalação, por outro, há
uma parcela do público que se diverte tentando um "encontro casual" com o ídolo.
Em alguns casos, comida e bebida compõem apenas parte do lucro. O Fashion Cafe, por exemplo,
vende de gloss labial a jaquetas de
couro.
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