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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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FILMES E TV PAGA

Desejo Macabro
Globo, 23h.
 
(Twisted Desire). EUA, 96, 96 min. Direção: Craig R. Baxley. Com Melissa Joan Hart, Daniel Baldwin. Após ter seu amor reprimido pelos pais, garota descola um ex-condenado e o convence a matá-los. Feito para TV. Inédito.

Vem Dançar Comigo
SBT, 23h45.

(Strictly Ballroom). Austrália, 92, 94 min. Direção: Baz Luhrmann. Com Paul Mercurio, Tara Morice. Rapaz busca parceira de urgência a fim de participar de concurso de dança. Encontrará mais que uma parceira. Homenagem ao musical, no filme que projetou Luhrmann, que mais tarde faria, com mais e mais desnecessário espalhafato, um pegajoso "Moulin Rouge". Inédito.

Emmanuelle - Fantasias Secretas
Bandeirantes, 1h.
 
(Emmanuelle: Concealed Fantasy). EUA, 96, 95 min. Direção: Kevin Alber. Com Krista Allen, Paul Michael Robinson. Emmanuelle se dedica, novamente, a ensinar os mistérios do sexo para visitantes vindos de outro planeta. Já é demais.

Roger e Eu
SBT, 1h40.

(Roger & Me). EUA, 89, 91 min. Direção: Michael Moore. O que acontece em Flint, Michigan, quando a GM fecha suas fábricas e provoca desemprego em massa. Não é de menor interesse saber que Moore está tratando, aqui, de sua cidade natal nem que é um documentarista relevante.

A Princesa e o Plebeu
Globo, 2h40.

(Roman Holiday). EUA, 53, 119 min. Direção: William Wyler. Com Gregory Peck, Audrey Hepburn, Eddie Albert. Princesa (Hepburn) abandona os frufrus do protocolo e passeia incógnita por Roma. Ela encontra um repórter americano e ambos escondem suas reais identidades. Arma-se a teia de tensão entre amor e interesses, sem perder de vista a comédia. P&B.

O Jogo das Aparências
SBT, 3h20.

(Appearances). EUA, 90. Direção: William Phelps. Com Scott Paulin, Wendy Phillips. Tensões, ódios e ressentimentos longamente reprimidos de uma família de classe média vêm à tona e precisam ser enfrentados. Tema muito bom para um Ingmar Bergman, sem dúvida. Mas para um modesto filme de TV? Não a descartar, mas pé atrás. Só para São Paulo.

Chamado do Coração
SBT, 5h05.

(Comeback Kid). EUA, 80, 97 min. Direção: Peter Levin. Com John Ritter, Susan Dey. Ex-jogador de beisebol passa a treinar time de garotos pobres, que lhe dão, em princípio, bem menos alegria do que o contato com a assistente social Marie. Feito para TV. (IA)


Scola fixa registro tradicional em "Casanova"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O filme "Casanova e a Revolução" se passa nos tempos da Revolução Francesa (1789). Narra a fuga de um grupo de nobres, é dirigido por Ettore Scola e é muito digno. Mas não é isso que importa por hoje, e sim o fato de poder compará-lo ao mais recente "A Inglesa e o Duque", de Eric Rohmer.
Scola faz uma reconstituição histórica tradicional, buscando encontrar paisagens que se aproximem das do final do século 18. Rohmer trabalha uma solução radical: manda pintar essas paisagens e as utiliza como cenário (como trabalha com efeitos digitais, pode-se dizer que usa quadros animados, dentro dos quais os atores representam).
Ao contrário do que se possa imaginar, a eventual antipatia de "A Inglesa e o Duque" pelo Terror não tem grande importância, não tem nem muita importância. E, se Scola se pretende à esquerda, contra a aristocracia, é preciso admitir que, cinematograficamente, ele é que está à direita.
Pois, ao imitar fielmente (servilmente?) um tempo passado, ele de fato o reconstitui. Já Rohmer procura não reconstituí-lo, mas restituí-lo a si mesmo em toda a sua irredutível ambiguidade.
Também há ambiguidade em "Casanova", mas, para se manifestar, ela necessita da inteligência dos personagens. "A Inglesa", ao contrário, não depende dos pensamentos dos personagens (necessariamente parciais): a época os faz pensar assim, não o brilho de seu raciocínio.
Por fim, "Casanova" é um filme sobre a história, enquanto "A Inglesa" traz em si a história: ao utilizar os efeitos digitais, remete ao século 21, ao que há de mais moderno, mas ao mesmo tempo evoca os telões pintados do fim do século 19, como a nos lembrar de que cada época tem seus critérios de verossimilhança. Ela muda.
Já a verdade não muda: deixa-se reencontrar.


CASANOVA E A REVOLUÇÃO. Quando: hoje, às 17h e às 2h, no Eurochannel.


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