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Antologia "Páginas de Sombra" recolhe exemplos de literatura fantástica escritos
por autores brasileiros desde o século 19
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No Brasil, textos que enfrentam limites da realidade se perdem em obras dominadas pelo realismo ou pelo naturalismo
Além da imaginação
ROGÉRIO EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O que Machado de Assis, Rubens Figueiredo, Lygia Fagundes
Telles e Murilo Rubião têm em
comum? Além de serem brasileiros, são escritores que em algum
momento arriscaram um gênero
de classificação um tanto incerta e
relegado às prateleiras mais baixas das bibliotecas: o fantástico.
Sem tradição na literatura nacional, os textos que enfrentam os
limites da realidade se perdem em
obras dominadas pelo realismo
ou pelo naturalismo. Tentando
clarear um pouco as coisas, o escritor e músico Braulio Tavares
reuniu na antologia "Páginas de
Sombra - Contos Fantásticos Brasileiros" textos que de uma forma
ou de outra podem ser chamados
de fantásticos.
Os que resolvem seguir no gênero normalmente usam como
modelo a literatura estrangeira.
Mesmo sendo o Brasil um país recheado de lendas e assombrações,
elas pouco servem para as letras
fantásticas.
Esse rótulo, também, nunca foi
propriamente nacional. Talvez a
baixa qualidade dos textos explique o fato: "Às vezes os contos
não são tão bem escritos, mas
possuem uma idéia legal", analisa
Tavares.
As linhas que o organizador
apresenta são variadas, da literatura gótica à "pulp fiction" os
exemplos às vezes surpreendem.
Ou encontrar um texto de Aluísio
Azevedo ao lado de um de Orígenes Lessa deveria parecer uma
coisa natural para os leitores?
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