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ARTIGO
Esplendorosa rosa!
PAULO AUTRAN
ESPECIAL PARA A FOLHA
Tônia Carrero é companheira de tantos anos, cuja
amizade iluminou toda a minha
vida. Foi ela quem me trouxe ao
teatro, quem me deu as primeiras
noções de disciplina e de preparo
necessárias à nossa profissão;
quem me ensinou a generosidade
e o amor.
Temos a mesma idade, mas ela é
muitos, muitos, muitos anos mais
moça do que eu. Tônia só me dá
motivos para admirá-la cada vez
mais, pelo talento, pela inteligência, pela coragem.
Em 1960, com a companhia
montada, a Tônia-Celi-Autran,
quisemos fazer a "A Visita da Velha Senhora". Celi e eu insistimos
inutilmente. A resposta de Tônia
era definitiva: "Não faço, não me
sinto preparada para esse papel".
Tivemos que desistir.
Agora, sozinha, ela conseguiu
tudo. Fico imaginando a energia
necessária para sair a campo à
procura de patrocínio, reunir um
elenco estelar desse tamanho,
contratar todo mundo, diretor,
cenógrafo, tradutor, músico, figurinista etc.
Essa mulher é um prodígio! De
repente, vejo uma foto de Tônia
pronta para entrar em cena em
seu novo espetáculo. Que coisa,
meu Deus! É uma moça belíssima, elegantérrima, com uma vida
invejável nos olhos!
Repito: essa mulher é um prodígio! Eu e o público brasileiro só
podemos dizer: "Obrigado por
tudo, Tônia".
Paulo Autran, 80, é ator
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