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Na rede
Homens de preto
Popular série on-line "Ask a Ninja" ganha seu primeiro livro; Kent Nichols, um de seus criadores, fala sobre projetos como a refilmagem dos "Tomates Assassinos"
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em novembro de 2005, apareceu na rede o vídeo de um sujeito vestido toscamente como
um ninja, respondendo perguntas vindas de um fã.
"Quando vocês passam a usar
esses uniformes negros? Há
uma loja Ninja-mart onde é
possível comprá-los?", indagava o fictício Matt (no site, o
idioma é o inglês).
A resposta do homem fantasiado tinha um tom de seriedade irônica -similar ao humor
do Chuck Norris Facts (chucknorrisfacts.com)-, falando
sobre como os ninjas criavam
suas próprias vestimentas e como a cor delas vinha da tinta do
coração de dragões.
Por incrível que pareça, a bobagem ressonou com força e,
mais de uma centena de episódios semanais depois, a série
"Ask a Ninja" (pergunte a um
ninja) (www.askaninja.com) é hoje um dos mais conhecidos fenômenos da rede.
Vencedora do Webby
Awards (o Oscar da web), dona
de uma audiência de milhões
de internautas e inspiração para as mais variadas cópias, a série acaba de gerar um livro,
"The Ninja Handbook", que
pode ser comprado pelo site
askaninjabook.com.
"O livro é uma paródia do
"Manual do Escoteiro", ele ensina como seguir o caminho dos
ninjas", disse à Folha, por telefone, Kent Nichols, comediante de Los Angeles que, com seu
parceiro Douglas Sarine (e um
ator contratado para interpretar o Ninja), criou a série.
"Ele é complementar ao trabalho que fazemos na internet
mas também se sustenta sozinho, não é meramente um roteiro dos episódios."
A obra também está disponível no site, em versão audiolivro gratuita, que pode ser ouvida on-line ou baixada. Nichols
explica a lógica disso:
"Trocar algo como 200 mil
vendas extras no formato de
audiolivro pelos milhões de leitores que o escutarão de graça
fará muito mais pelo aumento
do nosso fã-clube do que o que
lucraríamos vendendo".
São os fãs que movem a série,
não apenas assistindo aos episódios -em média 500 mil visitantes a cada estréia- mas
também enviando as perguntas
que o Ninja responde nos vídeos. A popularidade se refletiu na criação de um fã-clube
oficial (fans.askaninja.com) e
fez com que o "Ask a Ninja"
passasse a faturar US$ 100 mil
mensais com anúncios e venda
de produtos variados.
O lançamento do livro sinaliza as novas frentes que Nichols
e Sarine estão abrindo para faturar, incluindo uma animação
para TV (que era a idéia original para o "Ask a Ninja").
A dupla também está envolvida na refilmagem do clássico
trash "O Ataque dos Tomates
Assassinos" (1978).
"Já temos um bom roteiro,
começamos a pré-produção.
Comparado ao que fazemos,
dois caras e um ninja, é um
processo bem mais lento e
complicado, com um orçamento de milhões de dólares."
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