São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Na rede

Homens de preto

Popular série on-line "Ask a Ninja" ganha seu primeiro livro; Kent Nichols, um de seus criadores, fala sobre projetos como a refilmagem dos "Tomates Assassinos"

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em novembro de 2005, apareceu na rede o vídeo de um sujeito vestido toscamente como um ninja, respondendo perguntas vindas de um fã.
"Quando vocês passam a usar esses uniformes negros? Há uma loja Ninja-mart onde é possível comprá-los?", indagava o fictício Matt (no site, o idioma é o inglês).
A resposta do homem fantasiado tinha um tom de seriedade irônica -similar ao humor do Chuck Norris Facts (chucknorrisfacts.com)-, falando sobre como os ninjas criavam suas próprias vestimentas e como a cor delas vinha da tinta do coração de dragões.
Por incrível que pareça, a bobagem ressonou com força e, mais de uma centena de episódios semanais depois, a série "Ask a Ninja" (pergunte a um ninja) (www.askaninja.com) é hoje um dos mais conhecidos fenômenos da rede.
Vencedora do Webby Awards (o Oscar da web), dona de uma audiência de milhões de internautas e inspiração para as mais variadas cópias, a série acaba de gerar um livro, "The Ninja Handbook", que pode ser comprado pelo site askaninjabook.com.
"O livro é uma paródia do "Manual do Escoteiro", ele ensina como seguir o caminho dos ninjas", disse à Folha, por telefone, Kent Nichols, comediante de Los Angeles que, com seu parceiro Douglas Sarine (e um ator contratado para interpretar o Ninja), criou a série.
"Ele é complementar ao trabalho que fazemos na internet mas também se sustenta sozinho, não é meramente um roteiro dos episódios."
A obra também está disponível no site, em versão audiolivro gratuita, que pode ser ouvida on-line ou baixada. Nichols explica a lógica disso:
"Trocar algo como 200 mil vendas extras no formato de audiolivro pelos milhões de leitores que o escutarão de graça fará muito mais pelo aumento do nosso fã-clube do que o que lucraríamos vendendo".
São os fãs que movem a série, não apenas assistindo aos episódios -em média 500 mil visitantes a cada estréia- mas também enviando as perguntas que o Ninja responde nos vídeos. A popularidade se refletiu na criação de um fã-clube oficial (fans.askaninja.com) e fez com que o "Ask a Ninja" passasse a faturar US$ 100 mil mensais com anúncios e venda de produtos variados.
O lançamento do livro sinaliza as novas frentes que Nichols e Sarine estão abrindo para faturar, incluindo uma animação para TV (que era a idéia original para o "Ask a Ninja").
A dupla também está envolvida na refilmagem do clássico trash "O Ataque dos Tomates Assassinos" (1978).
"Já temos um bom roteiro, começamos a pré-produção. Comparado ao que fazemos, dois caras e um ninja, é um processo bem mais lento e complicado, com um orçamento de milhões de dólares."


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