São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Crítica

Em "Tucker" a utopia justifica a existência

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Tucker - Um Homem e Seu Sonho" (FX, 16h; não recomendado para menores de 12 anos) figura em lugar de destaque na lista dos fracassos de Francis Ford Coppola. Em parte por Tucker ser e não ser um herói americano.
Herói: ele é o sujeito que desenvolve um projeto de automóvel revolucionário para a época (meados do século passado) e tenta tirá-lo do papel. Tucker representa, nesse sentido, o espírito de empreendimento e o gosto de independência, valores centrais da cultura americana.
Anti-herói: para que sua fábrica exista ele precisa enfrentar os grandes fabricantes, que não lhe darão sossego, usando toda influência que têm junto aos poderes.
"Tucker" narra a trituração desse otimista. Os carros Tucker mal chegaram a existir, é verdade, mas para Coppola isso não faz diferença. Ou antes, o que faz diferença é a capacidade que Tucker (um Jeff Bridges admirável) tinha de sonhar. Aqui, a utopia justifica a existência, não a realidade.


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