São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Homenagem

Film & Arts relembra Deborah Kerr

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Deborah Kerr, atriz que morreu no último dia 16, aos 86 anos, era uma mulher de classe. Não a classe aristocrática de uma Grace Kelly, por exemplo, mas a de uma burguesa que aspira à respeitabilidade.
Esse estilo austero tinha não raro que conviver com a afluência anárquica do desejo, como será possível verificar no filme que abre hoje a homenagem que o canal Film & Arts faz à atriz.
"A um Passo da Eternidade" (20h) é o filme de Fred Zinnemann que ficou famoso sobretudo pelo escândalo do beijo na praia envolvendo a mulher de um oficial num campo de treinamento para a guerra.
A mulher, no caso, era Kerr; o amante, Burt Lancaster -e o filme fez um sucesso louco nos cinemas.
A respeitabilidade também é um ponto de honra para a estilista que ela faz em "Bom Dia Tristeza" (22h), do diretor Otto Preminger.
Ela vai passar uma temporada na Riviera Francesa e pretende criar laços profundos com o playboy David Niven, que está lá com a filha Jean Seberg, com quem mantém relação de cumplicidade que beira o incesto.
Neste filme de fatura moderníssima, a mulher madura (em todos os sentidos) que é Deborah Kerr é lançada nessa relação a três e tentará introduzir um pouco de seriedade burguesa e profissionalismo nesse meio dominado pelo dinheiro fácil, pelo infantilismo e pela futilidade.


Texto Anterior: Roteiro do dia
Próximo Texto: Crítica: Herzog registra o absurdo em "Fitzcarraldo"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.