São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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pouco amor, muita porrada

"Quantum of Solace", novo longa do personagem James Bond, que estréia no próximo dia 7 com Daniel Craig como protagonista, investe mais em pancadaria e menos em romance

Divulgação
Bond (Daniel Craig) quer vingar a morte de sua amada, Vesper (Eva Green)

CRISTINA FIBE
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Um James Bond furioso sai de "Cassino Royale" (2006) para resolver suas pendências em "Quantum of Solace", o novo filme da série, que estréia no próximo dia 7 no Brasil.
Na primeira seqüência da história do espião no cinema (os outros 21 filmes têm roteiros independentes), ele quer vingar a morte de Vesper (Eva Green), a Bond girl por quem penduraria suas armas.
Para encontrar a organização culpada pelo fim do romance, um espião violento mata quem bloquear seu caminho. "Esse Bond derruba a porta e faz perguntas depois", resumiu o ator Daniel Craig, em entrevista a jornalistas, em Los Angeles, da qual a Folha participou.
"Quantum of Solace" é uma sucessão de cenas de pancadaria, tiros, golpes a faca, perseguição em carros, aviões e barcos. E pouco romance, porque "ele tinha sido traído no primeiro filme, tinha se apaixonado, teria sido contraditório para a história se ele tivesse pulado na cama com 11 mulheres", na visão de Craig.
O enigmático título foi escolhido pelo ator, que tenta explicar seu significado: "É de uma história do Ian Fleming [1908-1964] na qual ele [Bond] está em uma relação que atinge um ponto em que não há mais nada, não há volta, não há amor.
Ian Fleming diz que o "quantum of solace" se foi. É esse pequeno momento em que as luzes se apagam". Na tradução aproximada, o título significa mínimo de consolo.
"A idéia é que ele se apaixonou no fim do último filme, teve o coração partido e se sentiu traído. E esse filme não é sobre se vingar contra os maus, é sobre ele tentando encontrar sua paz. Ele precisa saber se Vesper o amava... E a organização inimiga se chama Quantum, então ficou tudo resolvido."

Acidentes
Para encontrar a "paz", o personagem resolve os conflitos no braço, com menos mulheres e menos instrumentos inventivos à sua disposição -os acessórios mais interessantes deste Bond são as roupas, desenhadas por Tom Ford. "Talvez seja o filme mais violento da série, mas é uma fantasia, e continua sendo uma fantasia, claramente. Ele é um assassino, esse é seu trabalho", considera Craig.
O longa, com orçamento estimado em US$ 230 milhões (cerca de R$ 500 milhões), enfrentou uma série de acidentes nos sets de filmagem, espalhados por seis países. O mais grave, uma batida de carro na Itália, levou à internação de um dublê, que ainda se recupera. Craig também se machucou e teve um corte em seu rosto.
O ator admite que a pressão para que tanto investimento tenha valido a pena é grande.
"Cassino Royale", dirigido por Martin Campbell, faturou US$ 448 milhões (R$ 982 milhões) e ainda custou menos, US$ 140 milhões (R$ 307 milhões).
"Quantum of Solace", dirigido pelo alemão Marc Forster, além de ter menos sexo e mais ação, não tem a célebre cena em que o personagem diz "My Name is Bond. James Bond".
Craig não abandonará tão cedo o personagem. "Estou contratado para fazer mais dois, mas ficarei muito feliz se fizermos um terceiro. Sou supersticioso, então não quero ficar prevendo como vai ser."

A jornalista CRISTINA FIBE viajou a convite da distribuidora Sony



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