FELIPE CHAIMOVICH
CRÍTICO DA FOLHA

"Metacorpos" é uma coletiva bem dimensionada. Agrupa foto, vídeo e performance para revisitar o tema do corpo. As obras distribuem-se ao longo de um percurso claro, produzindo coesão do conjunto.
O corpo é assunto consagrado na arte contemporânea. Tem sido mantido na agenda das exibições internacionais por lidar com a pluralidade da globalização. Mas a curadoria restringe o debate a um confronto entre três norte-americanos e sete brasileiros.
Os estrangeiros têm carreira consolidada, enquanto os artistas nacionais apresentam diferentes estágios de amadurecimento.
A visita inicia-se com dois filmes de Dennis Oppenheim, que participou da gênese da arte conceitual na virada dos anos 60 para os 70. Cindy Sherman constrói quatro cenas com bonecos plásticos deformados. Nan Goldin apresenta dois exemplares de sua "Balada da Dependência Sexual", que a celebrizou nos anos 80.
Entre os brasileiros, apenas Alair Gomes pertence à geração dos americanos. Contudo as produções emergentes trazem obras ainda em busca de identidade. Janaína Tschäpe cria personagens femininos, cujo corpo é completado por extensões de tecido e balões infláveis. Caetano Dias mostra "Religar Poéticas do Corpo" (2003), com fotos e vídeo em torno da aplicação de ventosas acopladas a bomba de sucção.
As três peças de Sandra Cinto evidenciam uma pesquisa que amadurece de modo coerente, sintetizando fotografia, desenho e objeto em situações espaciais.
Os veteranos dialogam com o experimentalismo dos iniciantes. A presença dos norte-americanos faz um contraponto internacional que amplia o universo abordado.

Metacorpos
   
Onde: Paço das Artes (av. da Universidade, 1, Butantã, SP, tel. 0/xx/ 11/3814-4832)
Quando: de ter. a sex., das 11h às 18h30; sáb. e dom., das 12h30 às 17h30. Até 14 de dezembro
Quanto: R$ 1