DA REPORTAGEM LOCAL

A "Bíblia" sobre Creative Commons, o livro "Cultura Livre", do professor norte-americano Lawrence Lessig, acaba de ser lançado no Brasil pela Trama Universitário (braço da gravadora) e estará disponível para donwload a partir de dezembro. Idealizador da licença, Lessig concedeu entrevista à Folha. (AFS)

 

Folha - Seu livro traz muitos exemplos de pirataria. Como é possível definir o que é pirataria ou não?
Lessig - Pirataria é a distribuição comercial ilegal de conteúdo sem a permissão de seu proprietário, num contexto no qual a lei torna isso ilegal. Tenho muitos questionamentos sobre como essa lei funciona no geral.

Folha - Em sua opinião, como os governos deveriam lidar com os limites entre direitos autorais e cultura livre?
Lessig -O sistema existente é bastante complexo e também muito focado no século 20. Precisamos de um sistema que proteja o criador do século 21 e que promova a criatividade.

Folha - Seu livro dá a impressão de que os monopólios são mais poderosos do que nas décadas passadas. Por quê?
Lessig -Na cultura, seu poder é maior. Nos Estados Unidos, os monopólios de mídia alcançam mais de uma forma e controlam os direitos da forma mais poderosa já vista.

Folha - Como as pessoas podem se proteger contra os processos de megacoporações?
Lessig -A maneira mais simples é desligar seu computador. Depois, não fazer download de material sem a permissão explícita do dono dos direitos autorais ou sem a licença CC.

Folha - Qual o principal produto resultado da era dos Creative Commons?
Lessig -O mais impressionante para mim é o Flickr [www.flickr.com].

Folha - Quais são os países que estão em melhor e pior situação no que diz respeito à cultura livre?
Lessig -O Brasil tem o melhor potencial: um talento extraordinário e um contexto que dá suporte a essa criatividade. O pior é muito deprimente dizer qual é...