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Cor, mistura e estampa atraem estrangeiros
EVA JOORY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As cores fortes, as estampas únicas e a mistura de tecidos estão entre os melhores atributos da moda brasileira, na opinião de jornalistas e compradores internacionais que acompanharam
os desfiles da SPFW.
"As estampas são uma referência muito forte no Brasil, bem como o talento para
misturar tecidos. É o que faz
o Brasil moderno. Por isso
gostamos muito das coleções da Neon e de Alexandre
Herchcovitch. Apesar de
Alexandre ter mostrado
pouca cor, ele sabe chegar
nas tendências", diz Humberto Leon, comprador da
loja nova-iorquina Opening
Ceremony. "Os estilistas que
se apóiam em referências internacionais podem criar
um mercado interno, mas,
para nós, o que interessa é
uma moda mais única e
mais madura", afirma Carol
Lim, colega de Leon.
Com o real forte, os compradores pensam duas vezes
antes de adquirir algo no
país. A Opening Ceremony
já havia selecionado parte do
que iria levar: além de
Herchcovitch e Neon, Maxime Perelmuter e Patachou.
Para a jornalista Jenny
Feldman, da "Elle" americana, uma das razões para um
fashionista vir ao Brasil é a
explosão de cores. "Achei a
Neon excelente, pois transforma este aspecto brasileiro
que são as cores. O resultado
é uma coleção chique. Não
queremos ver a moda que se
vê em Paris e Milão."
"A moda brasileira não é
só biquíni e sensualidade.
Muita coisa ainda se parece
com o que se faz em Paris e
Milão e não é isso que procuramos", explica Vanessa Bellugeon, da revista francesa
"L'Officiel". "O que a Ellus
fez foi baseado na coleção de
Hedi Slimane para Dior
masculino, por exemplo. Fiquei mais impressionada
com o espetáculo. O Brasil
parece mais criativo nos cenários do que na moda."
O italiano Walter Sbaiz, da
loja Sbaiz -que ele define
como uma espécie de Daslu-, diz que não busca os
grandes nomes. "Gosto do
estilo de marcas como Isabela Capeto, Neon e Rosa Chá.
Não desejo ver artesanato,
mas também não quero cópias nem vanguarda." Sbaiz
se interessou ainda pela moda feminina da Cavalera.
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