da Redação

A Faculdade de Filosofia da USP iniciará oficialmente hoje, às 19h30, os trabalhos do semestre com uma conferência do professor José Arthur Giannotti, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
A aula inaugural deverá transcender a rotina acadêmica não só pelo tema da palestra, que promete ser polêmico, mas também porque o evento está cercado de circunstâncias interessantes.
Desde 1983, o professor Giannotti, um dos principais filósofos do país, está afastado das atividades da graduação da faculdade. Neste semestre, Giannotti tem pela frente a incumbência de dar um curso a alunos do primeiro ano, e esta palestra marca de certa forma sua volta às salas de aula da Universidade de São Paulo.
"É claro que isso envolve uma certa ansiedade. Mas é sempre assim: no início de um curso a gente acha que sabe muito pouco, lá pelo meio, que sabe bastante, e no final, que sabe mais ou menos. De qualquer forma, será o curso de um velho professor, preocupado em dar os instrumentos necessários aos alunos, mas sobretudo em transmitir minha experiência", disse José Arthur Giannotti à Folha.

70 anos
Além disso, a palestra acontece na véspera do aniversário de Giannotti, que amanhã completa 70 anos.
Isso certamente dará ao evento um caráter celebratório, o que aumenta as expectativas em relação à conferência.
No texto que será apresentado hoje, Giannotti fará uma crítica do conceito de "razão instrumental" (um dos conceitos-chave de Jürgen Habermas), que, para ele, não tem cabimento.
"Será um texto técnico, em que tratarei de definir o que é uma relação de finalidade. Fazer uma oposição entre uma racionalidade que visa a um fim e outra, de outro tipo, é um equívoco", adianta Giannotti.
MAURÍCIO SANTANA DIAS

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