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Votação tem regra que limita lobby de produções
CRÍTICO DA FOLHA
De "Across the Universe" a
"Zodíaco", a lista de candidatos ao Oscar totalizou 306
longas-metragens - incluindo documentários e filmes
de animação- lançados em
Los Angeles durante o ano
passado. O maior contingente, de 33 títulos, se concentrou na letra "S", a de "Shrek
Terceiro", "Sicko", "Os
Simpsons", "Sunshine" e
"Superbad".
Produções estrangeiras
como "Persépolis", "Piaf
-Um Hino ao Amor", "Novo
Mundo" e "A Desconhecida"
também estavam na lista, habilitadas a concorrer nas
mesmas condições de "Onde
os Fracos Não Têm Vez" e de
"Sangue Negro". Se tivessem
votos, poderiam concorrer
ao Oscar de melhor filme.
É por esse motivo que
"Persépolis" -representante da França na categoria de
filme estrangeiro, para a qual
não foi selecionado- disputa
o Oscar de longa de animação, e Marion Cotillard
("Piaf") foi incluída entre as
cinco indicadas ao prêmio de
melhor atriz. Tanto um
quanto a outra tiveram votos
para chegar à reta final.
Cerca de 6.000 integrantes da Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas
de Hollywood extraíram dessa relação de 306 "indicáveis" os cinco finalistas em 19
das 24 categorias -regras específicas orientam as disputas de filme estrangeiro, documentários de longa e curta-metragem, e curtas ao vivo e de animação, bem como
os prêmios honorários.
O processo das indicações
ocorreu em janeiro, com o
envio das cédulas aos integrantes da Academia, sua devolução e tabulação, feita
com base em metodologia
particular, por funcionários
da auditoria PricewaterhouseCoopers. Cada profissional
pode apontar cinco nomes
em sua área de atuação (atores votam em atores, fotógrafos em fotógrafos) e todos
indicam cinco títulos para
melhor filme.
Antes mesmo que as cédulas fossem enviadas, no entanto, anúncios publicados
na imprensa por produtores
e distribuidores "lembravam" os eleitores quem poderiam ser os candidatos,
com o uso da tradicional frase "for your consideration"
(para sua consideração).
Esse esforço de lobby
-que prosseguiu, no caso
dos indicados, até o último final de semana- precisa se
submeter a algumas regras.
Em tese, elas limitam o poder de fogo de produções
com mais recursos (que, se
não houvesse restrições, poderiam enviar um kit promocional, incluindo o próprio
filme em DVD, para cada um
dos 6.000 eleitores).
Empate
Na segunda fase de votação, que foi encerrada na última terça, todos os integrantes da Academia votam
em todas as categorias -com
exceção, novamente, das cinco disputas mencionadas anteriormente. Leva o Oscar
aquele que tiver mais votos.
Em caso de empate entre
concorrentes, divide-se o
prêmio, como ocorreu com
Katharine Hepburn ("Leão
no Inverno") e Barbra Streisand ("A Garota Genial"), na
categoria de melhor atriz, em
1969.
(SÉRGIO RIZZO)
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