São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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Votação tem regra que limita lobby de produções

CRÍTICO DA FOLHA

De "Across the Universe" a "Zodíaco", a lista de candidatos ao Oscar totalizou 306 longas-metragens - incluindo documentários e filmes de animação- lançados em Los Angeles durante o ano passado. O maior contingente, de 33 títulos, se concentrou na letra "S", a de "Shrek Terceiro", "Sicko", "Os Simpsons", "Sunshine" e "Superbad".
Produções estrangeiras como "Persépolis", "Piaf -Um Hino ao Amor", "Novo Mundo" e "A Desconhecida" também estavam na lista, habilitadas a concorrer nas mesmas condições de "Onde os Fracos Não Têm Vez" e de "Sangue Negro". Se tivessem votos, poderiam concorrer ao Oscar de melhor filme.
É por esse motivo que "Persépolis" -representante da França na categoria de filme estrangeiro, para a qual não foi selecionado- disputa o Oscar de longa de animação, e Marion Cotillard ("Piaf") foi incluída entre as cinco indicadas ao prêmio de melhor atriz. Tanto um quanto a outra tiveram votos para chegar à reta final.
Cerca de 6.000 integrantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood extraíram dessa relação de 306 "indicáveis" os cinco finalistas em 19 das 24 categorias -regras específicas orientam as disputas de filme estrangeiro, documentários de longa e curta-metragem, e curtas ao vivo e de animação, bem como os prêmios honorários.
O processo das indicações ocorreu em janeiro, com o envio das cédulas aos integrantes da Academia, sua devolução e tabulação, feita com base em metodologia particular, por funcionários da auditoria PricewaterhouseCoopers. Cada profissional pode apontar cinco nomes em sua área de atuação (atores votam em atores, fotógrafos em fotógrafos) e todos indicam cinco títulos para melhor filme.
Antes mesmo que as cédulas fossem enviadas, no entanto, anúncios publicados na imprensa por produtores e distribuidores "lembravam" os eleitores quem poderiam ser os candidatos, com o uso da tradicional frase "for your consideration" (para sua consideração).
Esse esforço de lobby -que prosseguiu, no caso dos indicados, até o último final de semana- precisa se submeter a algumas regras. Em tese, elas limitam o poder de fogo de produções com mais recursos (que, se não houvesse restrições, poderiam enviar um kit promocional, incluindo o próprio filme em DVD, para cada um dos 6.000 eleitores).

Empate
Na segunda fase de votação, que foi encerrada na última terça, todos os integrantes da Academia votam em todas as categorias -com exceção, novamente, das cinco disputas mencionadas anteriormente. Leva o Oscar aquele que tiver mais votos.
Em caso de empate entre concorrentes, divide-se o prêmio, como ocorreu com Katharine Hepburn ("Leão no Inverno") e Barbra Streisand ("A Garota Genial"), na categoria de melhor atriz, em 1969. (SÉRGIO RIZZO)


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