São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

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Filho do cantor diz que história está "incompleta"

DA REPORTAGEM LOCAL

Max de Castro e seu irmão, o também músico Wilson Simoninha, assistiram a "Ninguém Sabe o Duro que Dei" e não pediram modificações no filme sobre o pai. Mas só porque não acham certo interferir em obra alheia.
Segundo Max, pôr o depoimento do contador Raphael Viviani na parte final do documentário deixou a história "incompleta". "Não há contra-argumentos depois. E a coisa não é tão simples como aparece no filme. Não fica claro que houve ações anteriores [à surra]. Ele [Simonal] procurou saber o que estava acontecendo [em relação ao roubo]. Sabendo da origem humilde dele, do fato de não ter tido um pai, você consegue imaginar ser possível a atitude que ele tomou, ainda que nada justifique."
Nascido em 1972, ano em que o pai foi condenado, Max ressalta que Simonal não era politizado, daí ter pensado que era um trunfo dizer que conhecia gente do Dops. "Ele tentou usar a malandragem e o jogo de cintura. Não percebeu o tamanho da encrenca em que estava entrando."
Apesar das ressalvas e de ver o filme como "apenas uma introdução" à vida do pai, Max considera importante que se fale de Simonal. Ele acredita que é a juventude quem está reabilitando o cantor. "Pessoas que se deparam acidentalmente com a obra dele e não têm nenhum ranço ideológico querem saber quem foi esse artista. Os mais velhos, mesmo os que gostavam dele, não se sentiam à vontade", diz Castro, contando receber com freqüência monografias de universitários sobre o pai.
Com depoimentos de Pelé, Miele, Chico Anysio e Tony Tornado, o documentário pode contribuir para que não sejam ditas frases como a ouvida por Cláudio Manoel de um frentista: "Pô, seu Casseta, vai fazer um filme sobre o cara que torturou o Caetano [Veloso]?" (LFV)


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