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Módulo traz nova produção de artistas plásticos
especial para a Folha
Não bastassem as preciosidades
históricas, o módulo dedicado à
carta de Caminha propicia ainda
uma oportunidade de ver obras
fresquinhas de artistas brasileiros,
vários deles presentes também no
módulo de arte contemporânea.
Depois de ver trabalhos de João
Câmara, José Roberto Aguilar e
Siron Franco no pavilhão da Bienal, o visitante poderá checar as
alterações de linguagem na produção recente desses artistas no
pavilhão Manoel da Nóbrega, onde está o módulo da carta.
E poderá também apreciar
obras de artistas cuja ausência no
módulo de arte contemporânea é
sentida. É o caso de Paulo Pasta,
que expõe pela primeira vez uma
pintura da nova série em que está
trabalhando atualmente.
Sobre o convite para fazer uma
releitura da carta de Caminha,
Pasta afirma que não se pode ter
uma atitude purista. "A gente tem
de estar aberto a outras coisas,
que acabam transformando o trabalho eventualmente", diz.
O artista, que não gosta de nada
literal em suas pinturas e procura
evitar qualquer retórica, preocupou-se em estabelecer uma relação sutil com o tema, sem ser ilustrativo. "Não quis empobrecer
minha pintura", conta.
Coerente com uma obra que
sempre cria lugares subjetivos, a
pintura de dois enormes piões remete ao deslocamento e ao choque de que a carta, veladamente,
trata. Essas formas são novas no
vocabulário plástico de Pasta.
Na série que ele expôs em 1999
na galeria Camargo Vilaça, eram
colunas que habitavam suas pinturas.
"Não me entendo como pintor
geométrico. Então, é como se as
colunas tivessem engordado." O
silêncio de suas pinturas e as elaboradas relações de cor permanecem, mas elas ganham um peso e
um volume antes ausentes.
(JMo)
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