São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2000


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Módulo traz nova produção de artistas plásticos

especial para a Folha


Não bastassem as preciosidades históricas, o módulo dedicado à carta de Caminha propicia ainda uma oportunidade de ver obras fresquinhas de artistas brasileiros, vários deles presentes também no módulo de arte contemporânea.
Depois de ver trabalhos de João Câmara, José Roberto Aguilar e Siron Franco no pavilhão da Bienal, o visitante poderá checar as alterações de linguagem na produção recente desses artistas no pavilhão Manoel da Nóbrega, onde está o módulo da carta.
E poderá também apreciar obras de artistas cuja ausência no módulo de arte contemporânea é sentida. É o caso de Paulo Pasta, que expõe pela primeira vez uma pintura da nova série em que está trabalhando atualmente.
Sobre o convite para fazer uma releitura da carta de Caminha, Pasta afirma que não se pode ter uma atitude purista. "A gente tem de estar aberto a outras coisas, que acabam transformando o trabalho eventualmente", diz.
O artista, que não gosta de nada literal em suas pinturas e procura evitar qualquer retórica, preocupou-se em estabelecer uma relação sutil com o tema, sem ser ilustrativo. "Não quis empobrecer minha pintura", conta.
Coerente com uma obra que sempre cria lugares subjetivos, a pintura de dois enormes piões remete ao deslocamento e ao choque de que a carta, veladamente, trata. Essas formas são novas no vocabulário plástico de Pasta.
Na série que ele expôs em 1999 na galeria Camargo Vilaça, eram colunas que habitavam suas pinturas.
"Não me entendo como pintor geométrico. Então, é como se as colunas tivessem engordado." O silêncio de suas pinturas e as elaboradas relações de cor permanecem, mas elas ganham um peso e um volume antes ausentes.
(JMo)


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