São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2000 |
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TRECHOS DA CARTA "(...) um deles pôs olho no colar do capitão, e começou a acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata (...). Isso tomávamos nós assim por assim o desejarmos." "Enquanto estivemos à missa e à pregação, seria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos como a de ontem, com seus arcos e setas, à qual andava folgando. E olhando-nos, sentaram-se. E, depois de acabada a missa, assentamos nós à pregação, levantaram-se muitos deles, tangeram corno ou buzina, e começaram a saltar e a dançar um pedaço." "Homem não lhes ousa falar de rijo para não se esquivarem mais; e tudo se passa como eles querem, para os bem amansar." "Os outros dois, que o capitão teve nas naus, nunca mais aqui apareceram -do que tiro ser gente bestial, de pouco saber e por isso tão esquiva. Porém e com tudo isso andam muito bem curados e muito limpos. (...). Isso me faz presumir que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, a que se criam, os faz tais." "Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem nenhuma crença. (...) Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação." "Águas são muitas: infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem." (da adaptação de Jaime Cortesão) Texto Anterior: Mostra do Redescobrimento: Carta de Caminha é reverenciada e criticada Próximo Texto: Módulo traz nova produção de artistas plásticos Índice |
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