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Cia. de Colker dança as desilusões do amor
Coreógrafa estréia hoje no Teatro Municipal do Rio o espetáculo "Cruel", que chega a SP em setembro
ADRIANA PAVLOVA
ENVIADA ESPECIAL A SANTOS
Deborah Colker é uma coreógrafa pop. Seus espetáculos
de dança estão sempre lotados,
ela já rodou o mundo com sua
companhia, dá autógrafos e está prestes a ser a primeira mulher a dirigir um show completo do Cirque du Soleil. Mas nem
assim essa carioca de 47 anos
deixa de roer as unhas às vésperas de uma nova estréia do grupo que leva o seu nome.
Tem sido assim desde 1994,
quando a companhia se apresentou pela primeira vez, no
extinto Carlton Dance. Vai ser
assim nesta noite, quando seus
17 bailarinos subirem ao palco
do Teatro Municipal do Rio para a estréia de "Cruel", o nono
espetáculo do grupo -e o primeiro em que ela não está em
cena.
"Cheguei a pintar as unhas
para as apresentações no Festival de Teatro de Curitiba, no
mês passado. Só que, antes do
primeiro espetáculo, elas já estavam sem esmalte e roídas",
afirma Colker, que, não por
acaso, foi convidada para fechar com "Cruel" o maior festival de teatro do país. "Não é novela, não é teatro, mas é meu
primeiro espetáculo realmente
repleto de elementos narrativos. Os bailarinos vivem pequenas histórias em cena."
As apresentações em Curitiba funcionaram como pré-estréia para o grupo, que, em seguida, passou por Araraquara,
Ribeirão Preto e Santos, num
aquecimento para a estréia oficial no Rio, sede da companhia.
A temporada na capital paulista está marcada para setembro,
no teatro Alfa.
Em Santos, o que se viu foi
um público reverente, que se
deliciou com o lindo baile que
abre o espetáculo, sofreu com
os desencontros de família ao
redor de uma mesa cenográfica, prendeu a respiração ao ver
uma bailarina dançando com
duas facas pontiagudas e viajou
com as imagens dos intérpretes
refletidas em uma série de espelhos. Guardadas as devidas
proporções, a cena do espelho,
que fecha o espetáculo, é a parte mais plástica de "Cruel", algo
como a roda-gigante de "Roda"
ou a parede de "Velox".
"Mostro um olhar cruel e ao
mesmo tempo muito particular
sobre o amor. É a ilusão do
amor perfeito, que aos poucos
vai sendo destruída. Começamos com um grande baile, um
lugar de encontros, depois vem
a mesa onde a família se reúne
para lavar a roupa suja e finalmente o espelho. É sempre
muito cruel se olhar no espelho", explica Colker.
Pela primeira vez, a coreógrafa convocou um diretor de
teatro, Gilberto Gawronski, para trabalhar ao seu lado: "A direção teatral foi um diferencial
porque contribuiu para que cada bailarino criasse um personagem", diz a coreógrafa.
Além de Gawronski, Colker
contou de novo com seus colaboradores mais próximos:
Gringo Cardia (cenografia),
Jorginho de Carvalho (luz),
Berna Ceppas e Kassin (trilha).
Já o estilista Samuel Cirnansck
assina os figurinos.
CRUEL - CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER
Quando: de hoje a segunda. Hoje, sex.
e seg., 20h30; sáb., 21h30; dom., 17h
Onde: Teatro Municipal do Rio (praça Floriano; tel.: 0/xx/ 21/2299-1676
Quanto: R$ 80 a R$ 20
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