São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008

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Cia. de Colker dança as desilusões do amor

Coreógrafa estréia hoje no Teatro Municipal do Rio o espetáculo "Cruel", que chega a SP em setembro

ADRIANA PAVLOVA
ENVIADA ESPECIAL A SANTOS

Deborah Colker é uma coreógrafa pop. Seus espetáculos de dança estão sempre lotados, ela já rodou o mundo com sua companhia, dá autógrafos e está prestes a ser a primeira mulher a dirigir um show completo do Cirque du Soleil. Mas nem assim essa carioca de 47 anos deixa de roer as unhas às vésperas de uma nova estréia do grupo que leva o seu nome. Tem sido assim desde 1994, quando a companhia se apresentou pela primeira vez, no extinto Carlton Dance. Vai ser assim nesta noite, quando seus 17 bailarinos subirem ao palco do Teatro Municipal do Rio para a estréia de "Cruel", o nono espetáculo do grupo -e o primeiro em que ela não está em cena.
"Cheguei a pintar as unhas para as apresentações no Festival de Teatro de Curitiba, no mês passado. Só que, antes do primeiro espetáculo, elas já estavam sem esmalte e roídas", afirma Colker, que, não por acaso, foi convidada para fechar com "Cruel" o maior festival de teatro do país. "Não é novela, não é teatro, mas é meu primeiro espetáculo realmente repleto de elementos narrativos. Os bailarinos vivem pequenas histórias em cena."
As apresentações em Curitiba funcionaram como pré-estréia para o grupo, que, em seguida, passou por Araraquara, Ribeirão Preto e Santos, num aquecimento para a estréia oficial no Rio, sede da companhia. A temporada na capital paulista está marcada para setembro, no teatro Alfa.
Em Santos, o que se viu foi um público reverente, que se deliciou com o lindo baile que abre o espetáculo, sofreu com os desencontros de família ao redor de uma mesa cenográfica, prendeu a respiração ao ver uma bailarina dançando com duas facas pontiagudas e viajou com as imagens dos intérpretes refletidas em uma série de espelhos. Guardadas as devidas proporções, a cena do espelho, que fecha o espetáculo, é a parte mais plástica de "Cruel", algo como a roda-gigante de "Roda" ou a parede de "Velox".
"Mostro um olhar cruel e ao mesmo tempo muito particular sobre o amor. É a ilusão do amor perfeito, que aos poucos vai sendo destruída. Começamos com um grande baile, um lugar de encontros, depois vem a mesa onde a família se reúne para lavar a roupa suja e finalmente o espelho. É sempre muito cruel se olhar no espelho", explica Colker.
Pela primeira vez, a coreógrafa convocou um diretor de teatro, Gilberto Gawronski, para trabalhar ao seu lado: "A direção teatral foi um diferencial porque contribuiu para que cada bailarino criasse um personagem", diz a coreógrafa. Além de Gawronski, Colker contou de novo com seus colaboradores mais próximos: Gringo Cardia (cenografia), Jorginho de Carvalho (luz), Berna Ceppas e Kassin (trilha).
Já o estilista Samuel Cirnansck assina os figurinos.


CRUEL - CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER
Quando:
de hoje a segunda. Hoje, sex. e seg., 20h30; sáb., 21h30; dom., 17h
Onde: Teatro Municipal do Rio (praça Floriano; tel.: 0/xx/ 21/2299-1676
Quanto: R$ 80 a R$ 20


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