São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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"Nova York nos força a criar algo"

DA REDAÇÃO

Colocar as emergentes bandas de Nova York em uma "cena" é algo que irrita Nick Stumpf, fundador, co-vocalista e baterista de um dos expoentes dessa leva, o quarteto pós-punk French Kicks.
"Está havendo pressão da imprensa em falar de uma cena de Nova York, e, se isso significa um tipo particular de som, eu discordo totalmente. O que vejo é o crescimento de uma coisa que está entre o mainstream e o underground das college radios [rádios universitárias". Música com que as pessoas se identificam e que não é maquiada e nem banal."
Formado no bairro do Brooklyn em 98, o French Kicks já lançou dois EPs -"French Kicks" e "Young Lawyer"- e estreou em álbum no começo deste mês, com "One Time Bells", lançado pela britânica Poptones, gravadora, entre outros, dos suecos do Hives.
"Nova York está presente nas músicas desses grupos porque é uma cidade muitas vezes opressora, difícil de viver, e de certa forma nos força a criar algo. Acho que é isso o que conecta todas essas novas bandas", explica Stumpf.
No final do e-mail em que respondeu à Folha, ele fez questão de dizer que já esteve no Brasil, em Foz do Iguaçu, e que perdeu "mais de um ônibus".

U2 e Joy Division
Se há uma banda que definitivamente não lembra em nada o rock de garagem de Strokes, Realistics, Mooney Suzuki e cia. nova-iorquina, é o quinteto The Walkmen. Nascido das cinzas dos indies Jonathan Fire *Eater e Recoys, o grupo se destaca em meio a guitarras climáticas, vocais carregados e teclado que parece ter sido encomendado por Tim Burton. É, mais ou menos, como se o U2 estivesse produzindo "Unknown Pleasures", o disco de estréia do Joy Division. A idéia não chega a assustar Hamilton Leithauser, vocalista da banda.
"Muitas pessoas fazem essas comparações, então fica difícil negar... Talvez tenhamos alguma influência de U2, eles não estão entre os meus favoritos, mas...", disse Leithauser, por telefone.
Recém-chegado da Europa, onde excursionou para promover o primeiro álbum, "Everyone Who Pretended to Like me Is Gone", o Walkmen se prepara para turnê pelos EUA. Enquanto isso, negocia com uma grande gravadora. "Prefiro não falar disso, me deixa meio nervoso." (THIAGO NEY)



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