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"Nova York nos força a criar algo"
DA REDAÇÃO
Colocar as emergentes bandas
de Nova York em uma "cena" é
algo que irrita Nick Stumpf, fundador, co-vocalista e baterista de
um dos expoentes dessa leva, o
quarteto pós-punk French Kicks.
"Está havendo pressão da imprensa em falar de uma cena de
Nova York, e, se isso significa um
tipo particular de som, eu discordo totalmente. O que vejo é o crescimento de uma coisa que está entre o mainstream e o underground das college radios [rádios
universitárias". Música com que
as pessoas se identificam e que
não é maquiada e nem banal."
Formado no bairro do Brooklyn
em 98, o French Kicks já lançou
dois EPs -"French Kicks" e
"Young Lawyer"- e estreou em
álbum no começo deste mês, com
"One Time Bells", lançado pela
britânica Poptones, gravadora,
entre outros, dos suecos do Hives.
"Nova York está presente nas
músicas desses grupos porque é
uma cidade muitas vezes opressora, difícil de viver, e de certa forma
nos força a criar algo. Acho que é
isso o que conecta todas essas novas bandas", explica Stumpf.
No final do e-mail em que respondeu à Folha, ele fez questão de
dizer que já esteve no Brasil, em
Foz do Iguaçu, e que perdeu
"mais de um ônibus".
U2 e Joy Division
Se há uma banda que definitivamente não lembra em nada o rock
de garagem de Strokes, Realistics,
Mooney Suzuki e cia. nova-iorquina, é o quinteto The Walkmen.
Nascido das cinzas dos indies Jonathan Fire *Eater e Recoys, o
grupo se destaca em meio a guitarras climáticas, vocais carregados e teclado que parece ter sido
encomendado por Tim Burton. É,
mais ou menos, como se o U2 estivesse produzindo "Unknown
Pleasures", o disco de estréia do
Joy Division. A idéia não chega a
assustar Hamilton Leithauser, vocalista da banda.
"Muitas pessoas fazem essas
comparações, então fica difícil negar... Talvez tenhamos alguma influência de U2, eles não estão entre os meus favoritos, mas...", disse Leithauser, por telefone.
Recém-chegado da Europa, onde excursionou para promover o
primeiro álbum, "Everyone Who
Pretended to Like me Is Gone", o
Walkmen se prepara para turnê
pelos EUA. Enquanto isso, negocia com uma grande gravadora.
"Prefiro não falar disso, me deixa
meio nervoso."
(THIAGO NEY)
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