São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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Zhang-ke filma juventude chinesa

DO ENVIADO A CANNES

O festival chegou ao seu décimo dia com dois fortes concorrentes: o excelente "Prazeres Desconhecidos", do chinês Jia Zhang-ke, e "O Filho", dos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne. "Prazeres Desconhecidos" é narrado com grande vitalidade e constitui mais uma prova, firmada no Oriente, de que as lições da nouvelle vague dos anos 60 ainda não se esgotaram.
Zhang-ke está mais para Wong Kar-wai do que para o pedante Chen Kaige. Como no cult "Plataforma", ele continua sua "genealogia" da juventude chinesa. Agora, os jovens são os filhos únicos do controle da natalidade no país.
"O Filho" peca pelo estilo monocórdio e repetitivo. É um milagre que os diretores consigam provocar interesse e emoção, à medida que o filme avança. Um homem emprega como aprendiz o assassino de seu filho: um adolescente que voltou à vida social depois do crime cometido quando criança. O milagre deve ocorrer porque "O Filho" é, sobretudo, um filme sobre o perdão.



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