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Zhang-ke filma juventude chinesa
DO ENVIADO A CANNES
O festival chegou ao seu décimo
dia com dois fortes concorrentes:
o excelente "Prazeres Desconhecidos", do chinês Jia Zhang-ke, e
"O Filho", dos belgas Jean-Pierre
e Luc Dardenne. "Prazeres Desconhecidos" é narrado com grande
vitalidade e constitui mais uma
prova, firmada no Oriente, de que
as lições da nouvelle vague dos
anos 60 ainda não se esgotaram.
Zhang-ke está mais para Wong
Kar-wai do que para o pedante
Chen Kaige. Como no cult "Plataforma", ele continua sua "genealogia" da juventude chinesa. Agora, os jovens são os filhos únicos
do controle da natalidade no país.
"O Filho" peca pelo estilo monocórdio e repetitivo. É um milagre que os diretores consigam
provocar interesse e emoção, à
medida que o filme avança. Um
homem emprega como aprendiz
o assassino de seu filho: um adolescente que voltou à vida social
depois do crime cometido quando criança. O milagre deve ocorrer porque "O Filho" é, sobretudo, um filme sobre o perdão.
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