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MÚSICA
Série traz à luz presença feminina na bossa
DA REPORTAGEM LOCAL
Do samba-canção à bossa nova,
uma nova mulher surge no cenário musical, a começar pelas letras
das canções. Lupicínio Rodrigues
cantava (lindamente e com graça)
a mulher interesseira, que espezinha o coração do homem ("Você
sabe o que é ter um amor, meu senhor/ Ter loucura por uma mulher/ E depois encontrar esse
amor, meu senhor/ Nos braços de
um outro qualquer"). A bossa
passou a cantar a beleza e a delicadeza feminina, em especial daquelas vistas nas praias cariocas.
E é neste clima ameno e musical, cantado pelos bossa-novistas,
que se passa "A Bossa e a Nova
Mulher", terceiro episódio da série "7 x Bossa Nova", exibida pela
DirecTV.
Intercalando cenas de filmes
-"Rio, Verão e Amor" (66) e
"Garota Enxuta" (59)- e depoimentos de Roberto Menescal,
Nelson Motta, Cacá Diegues e
Ruy Castro a números de Marcos
Valle, o episódio resgata não só a
figura feminina como musa mas
também como protagonista.
Menescal e Diegues lembram da
modernidade de Nara Leão, que
abriu caminho para outras mulheres, como Joyce e Wanda Sá.
Dominado por números de
Marcos Valle, que toca "Samba de
Verão", "Viola Enluarada", "Terra de Ninguém" e "A Resposta", é
de Nara um dos melhores momentos deste episódio. Em gravações da TV Cultura, canta "Você e
Eu" (Vinicius de Moraes).
Boas também as presenças de
Wanda Sá, comentando a liberdade das mulheres do Arpoador, as
aulas de violão com Menescal e a
beleza sedutora de Tom, e de Alaíde Costa, numa emocionada interpretação de "Onde Anda Você". Em imagens de arquivo,
Sylvia Telles surge para lembrar a
origem do termo "bossa nova".
No final, porém, quando aborda
a mudança da bossa diante do recrudescimento político, em tempos de ditadura militar, e a carreira internacional de Marcos Valle,
o episódio se perde.
(JANAINA FIDALGO)
7 x Bossa Nova - A Bossa e a Nova Mulher
Quando: hoje, a partir das 12h, no canal
605 da DirecTV
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