CCBB faz parceria inédita com o festival internacional da cidade e traz a SP espetáculos dos EUA, Chile e França

Ao contrário do evento paranaense, recorte paulista é homogêneo e conta com manipulação de bonecos e objetos

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Braquage", em francês, significa assalto à mão armada. Graças a Olivier Rannou, quer dizer também inventividade. O ator e diretor dá novo significado à palavra francesa no espetáculo intitulado pela mesma.
Para retratar um assalto, monta e desmonta simples objetos do cotidiano, atribuindo-lhes novos sentidos.
Apresentada recentemente no Festival Internacional de Londrina (Filo), a peça da cia. francesa Bakélite tem sessão para convidados hoje, em São Paulo, e amanhã para o público em geral.
Com extensão no CCBB de Brasília desde 2003 e no do Rio de Janeiro há cinco anos, pela primeira vez o Filo faz parceria com São Paulo.
Batizada MIT - Mostra Internacional de Teatro, o evento é gratuito e reúne dois destaques do festival deste ano: "The Cabinet", da cia.
norte-americana Redmoon -e inspirado no ícone do cinema expressionista alemão, "O Gabinete do Dr. Caligari"-, e "El Ultimo Heredero", do grupo chileno Viaje Inmóvil, que trata da mudança da família de um súdito real espanhol para o Chile colonial, na época da independência.
Diferentemente do Filo, conhecido por sua diversidade, a programação do MIT é homogênea. Os espetáculos incluem manipulação de bonecos e objetos.
"Foi uma coincidência", explica o diretor do CCBB de São Paulo, Marcelo Mendonça. O objetivo era mostrar ao público paulista algumas das principais atrações do Filo, mas Luiz Bertipaglia, diretor do festival, teve que lidar com as limitações de espaço do teatro do CCBB.
Abdicou das grandes produções, mas não de qualidade artística. "Procuro sempre optar por trabalhos que tenham propostas inovadoras", conta.