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Guilherme Fontes diz que acabou "Chatô" só em DVD
Diretor do filme iniciado em 1996 ainda tem de prestar contas, diz Ancine
Segundo a agência e o
Ministério Público,
produtor precisa enviar
versão em 35 mm e
relatório final de gastos
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Quinze anos após o início
da captação de recursos
-que na última atualização,
em fevereiro de 2006, chegavam a R$ 36,5 milhões em dinheiro público-, o filme
"Chatô - O Rei do Brasil" finalmente está pronto, mas só
em DVD. A informação foi
dada pelo diretor Guilherme
Fontes ao Ministério Público
Federal, anteontem.
Em e-mail enviado a Gisele
Porto, procuradora da República que acompanha o caso,
Fontes afirma que um certificado da Ancine (Agência Nacional do Cinema), anexado
à mensagem eletrônica, comprova a conclusão do filme e
encerra o processo de prestação de contas.
A Ancine confirma que recebeu uma versão do filme
em DVD, mas nega que o certificado encerre a pendência
de Fontes. Segundo a agência, o documento comprova
apenas que existe uma obra
cinematográfica brasileira
chamada "Chatô - O Rei do
Brasil", que ainda não pode
ser comercializada.
Fontes precisa entregar
uma versão do filme em 35
mm e apresentar uma prestação de contas final, diz a
agência e confirma o MPF.
A Folha procurou o produtor e seu advogado ontem e
anteontem sem sucesso.
Desde janeiro, segundo revelou "O Globo" anteontem,
cinco pessoas que usaram
verbas públicas em projetos
aprovados pelo Ministério da
Cultura tiveram seus bens
bloqueados pela Justiça Federal no Rio.
O maior valor é devido pela produtora Sky Light, que
arrecadou R$ 2,4 milhões para a série "Minas Gerais, Peito de Ferro, Coração de Ouro"
e não apresentou a obra nem
as contas.
No projeto, por equívoco
da Ancine, constava como
produtor Fernando Meirelles, que disse não conhecer
o fato. A Folha procurou os
donos da produtora, Bruno
Stroppiana e Renato Padovani, mas não teve resposta.
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