São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011

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Líder do Odd Future não liga para críticas

Monossilábico e irônico, Tyler, The Creator se esquiva de responder às polêmicas nas quais o grupo se envolve

Vocalista do coletivo, acusado de promover o racismo e a homofobia, lança agora seu álbum solo "Goblin" nos EUA

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Está gostando de ter assinado com uma gravadora? "Não, meu pé está quebrado". E como o quebrou? "Briguei com um dragão."
Entre frases completamente fantasiosas como essas, Tyler, the Creator, líder do coletivo de rappers mais falado do momento, OFWGKTA (ou só Odd Future), conversou com a Folha na última terça. E seria impossível esquecer que dia da semana era.
Vocês vêm ao Brasil? "Sim, talvez numa terça-feira." Você come uma barata no clipe da música "Yonkers". Você gosta de comer insetos? "Sim, às terças."
Monossilábico e irônico. Assim era o alter ego que Tyler escolheu para falar com a reportagem.
O outro é Thurnis Haley, um golfista que foi apresentado ao público em um vídeo promocional do lançamento do novo álbum solo de Tyler, "Goblin" (que sairá no Brasil pelo selo LAB344).
Aos 20 anos (ele jura que são 24), Tyler tem exatamente a postura que se espera de alguém dessa idade: não se importa com nada.
O que acha sobre a comoção causada pelo Odd Future entre a crítica musical e os fãs de rap? "Estúpida."
A entrevista por pouco não aconteceu -atrasou em quase quatro horas. Tudo porque Tyler estava mais interessado em assistir ao canal Cartoon Network e comentar com os amigos no Twitter.

PERFORMANCE
Em maio, a Folha assistiu de perto ao grupo ao vivo no festival Primavera Sound, em Barcelona.
Tyler e seus colegas do Odd Future sobem ao palco mascarados. Pulam, correm, se jogam na plateia e fazem gestos obscenos.
No palco, o líder parece o mais quieto de todos.
Mas é quando ele pega o microfone que os fãs deliram. Com a voz grave e empostada, canta letras sobre homossexualidade, estupro, morte, e, às vezes, manda os fãs repetirem frases como "queime tudo, foda-se a escola".
No fim do show, convida a plateia a subir ao palco (que fica abarrotado segundos depois). Tyler termina o show com o nariz machucado e um corte no queixo.
De volta àquela terça-feira, Tyler fala sobre o irmão de 13 anos e a mãe. O que ela acha da sua música? "Odeia." Disso, não dá para duvidar.


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