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Crítica
Com Fuller, a guerra conhece muitos matizes
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Estarei me repetindo? Nesse
caso, é preciso me repetir:
"Agonia e Glória" (Max Prime, 21h30), de Samuel Fuller, é
o grande filme de guerra do cinema contemporâneo. Deixa
no chinelo Kubrick e seu "Nascido para Matar", para não falar de Spielberg e seu "O Resgate do Soldado Ryan".
"Agonia e Glória" não é uma
reflexão sobre a guerra -isso
se pode fazer melhor em outros
lugares que não o cinema-,
mas o filme de um soldado. Como tal, sabe muito bem que a
guerra comporta euforia e tristeza, e que a diversão pode se
fazer tão presente quanto a
morte. Ela é trágica, medonha
até. Mas isso não transparece
em "Agonia" como um bloco
uniforme.
A arte de Fuller, neste filme,
se encontra sobretudo na capacidade de matizar e na incapacidade de nos vender emoções,
sejam elas mais belicistas, sejam mais antibélicas.
Outras opções notáveis, no
Telecine Cult: "Não Amarás"
(22h), seguido de "Lição de
Cinema - Kieslowski"
(23h35).
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