São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006

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Crítica

Com Fuller, a guerra conhece muitos matizes

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Estarei me repetindo? Nesse caso, é preciso me repetir: "Agonia e Glória" (Max Prime, 21h30), de Samuel Fuller, é o grande filme de guerra do cinema contemporâneo. Deixa no chinelo Kubrick e seu "Nascido para Matar", para não falar de Spielberg e seu "O Resgate do Soldado Ryan".
"Agonia e Glória" não é uma reflexão sobre a guerra -isso se pode fazer melhor em outros lugares que não o cinema-, mas o filme de um soldado. Como tal, sabe muito bem que a guerra comporta euforia e tristeza, e que a diversão pode se fazer tão presente quanto a morte. Ela é trágica, medonha até. Mas isso não transparece em "Agonia" como um bloco uniforme.
A arte de Fuller, neste filme, se encontra sobretudo na capacidade de matizar e na incapacidade de nos vender emoções, sejam elas mais belicistas, sejam mais antibélicas.
Outras opções notáveis, no Telecine Cult: "Não Amarás" (22h), seguido de "Lição de Cinema - Kieslowski" (23h35).


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