São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007

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Virei uma folha em branco, afirma diretor

RACHEL SHIELDS
DO "INDEPENDENT"

O cineasta dinamarquês Lars von Trier, 51, afirma que não sabe quando filmará novamente porque está deprimido e incapaz de trabalhar.
Depois de dar entrada em um hospital no início deste ano, ele perdeu o foco do seu trabalho, afirmou ao jornal "Politiken", um dos mais importantes de seu país.
"Me sinto como uma folha em branco", explicou o diretor de "Dogville" e "Dançando no Escuro".
"É muito estranho para mim porque sempre tive pelo menos três projetos na cabeça ao mesmo tempo", completou.
"Você não pode fazer um filme e estar deprimido ao mesmo tempo. Dizem que você pode demorar uns dois anos para se recuperar de uma depressão, mas vamos ver."
Ele ainda disse que não está seguro para realizar o terror "Antichrist", cujas filmagens, pelo cronograma inicial, já deveriam ter começado. No filme, o Demônio é o criador do mundo, não Deus. ""Antichrist" seria meu próximo filme, mas agora não sei mais."
Von Trier ajudou a criar o movimento Dogma 95, que pregava banir cenário, iluminação e edição de som, como forma de desnudar a produção.
Crítico contumaz da sociedade americana, o cineasta, que tem medo de voar, nunca foi aos EUA. Ele reclamou, neste ano, da influência norte-americana na sua vida, mesmo vivendo na Dinamarca.
"Nós todos estamos sob influência -e é uma influência muito ruim- dos EUA", disse ele. "No meu país, tudo tem a ver com os EUA. É como se os Estados Unidos estivessem sentados sobre o mundo."


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