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TELEVISÃO
Nas eleições, é melhor imitar do que competir
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
A novela "Brida" está em obras.
A reforma vai ser total. Mesmo
assim, "Brida" vai ao ar em dois
horários todos os dias.
Em temporada de propaganda
eleitoral é melhor imitar do que
competir.
Além da bomba, desemprego,
fome e miséria do Enéas ("Mamãe, para onde vai o careca barbudo da bomba quando não tem
campanha eleitoral?" "Vai morar
no anonimato") é impressionante a quantidade de homem que
também quer ser presidente.
Tem o Vasco Neto porque ele
acredita que o Sol nasce para todos e o João de Deus porque acredita que os devotos do Getúlio
Vargas ainda têm pernas para
chegar até uma urna eletrônica.
O quê? E-le-trô-nica?
É um verdadeiro absurdo ver
uma estrela da importância do
Ciro Gomes, nossa única esperança de ter um Clint Eastwood
forte e justo, ser reduzido a minutos cronometrados.
Ainda por cima, disfarçado de
anônimo monocromático no terno e na gravata.
Mesmo assim, Ciro Gomes é
uma estrela. Com ele, o "horário
político" vai a Hollywood. Mas
volta rápido.
O verde, mas nunca pálido, Alfredo Sirkis também quer ser presidente. Fernando Gabeira já
descobriu que seu carro eletroecológico corre menos.
Antes de ser uma Nancy, Jackie
ou Hillary, dona Ruth Cardoso é
uma socióloga. Aparece com uma
simplicidade nunca vista em
qualquer sobe-e-desce das Daslu.
Dona Ruth, inocente quando
não é erudição, apresenta-se
atrás de um balcão. Ela não sabe
que, depois da "Vida ao Vivo",
balcão está mais "out" do que
show da banda do Supla.
Mas dona Ruth é sempre bom
senso em sua disposição para o
trabalho. E sempre muito convincente.
Como estrela máxima do programa, o presidente que busca
reeleição tem o "glossy" colorido
de revista americana. Tudo nele
é firmeza, confiança e otimismo.
É capa. Basta
E o PT pediu ajuda a Cristina
Pereira. Ela é a cara do PT. Até o
humor é bem baratinho. Copia a
"Casseta", mas não paga. Põe um
grupo de "asiáticos" só para mostrar quem ganha emprego do presidente.
Depois mostra uns desempregados vestindo o mesmo luxo do
Lula. Ninguém pode parecer inferior ao líder. É tanta gravata que
reforma agrária foi citada no
mais rápido dos "en passants".
Esse luxo vai criar problema.
Toda mulher vai querer roupa
igual à da Martha Suplicy. Antes
de ser PT, ela era "née" Smith
Vasconcelos. Haja caixa.
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