São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2001

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Peça é intercâmbio com Brasil

FREE LANCE PARA A FOLHA

Storm criou "Solo for Two" neste ano, com intenção de levar para o palco o que se passa nas ruas de Berlim. "Tendo como cenário uma sucessão de cenas metropolitanas projetadas em vídeo, a coreografia procura expressar diferentes situações de vida e como lidar com elas", diz.
Em "Tá Limpo!", criada para os Discípulos do Ritmo, Storm escolheu como tema os próprios dançarinos que, para sobreviver, têm que se dedicar a outros trabalhos, como fazer limpeza. "Munidos de vassouras, os personagens percebem, por exemplo, que o chão que estão limpando é muito bom para dançar. A proposta é mostrar que não podemos deixar a dança fora de nós, onde quer que estejamos, seja no supermercado ou dirigindo um carro."
Satisfeito com sua experiência no Brasil, Storm não economiza elogios para os integrantes do Discípulos do Ritmo. "Eles são incríveis. Além de muito profissionais, têm carisma, técnica, vigor e muito conhecimento sobre a cultura hip hop."
Formado há dois anos, o Discípulos do Ritmo representa a legítima dança hip hop, surgida nas ruas de São Paulo. O paulista Frank Ejara e o mineiro Eduardo Sô, coreógrafos do grupo, já deram aulas na Febem e junto com Djha, outro integrante do elenco, participaram do último espetáculo do Ballet Stagium, "À Margem dos Trilhos".
Mesmo sem patrocínio e lugar para ensaiar, o Discípulos do Ritmo vem procurando se firmar profissionalmente. "O trabalho com Storm é o intercâmbio mais sério que tivemos até agora", diz Ejara, que obteve licença do coreógrafo alemão para incorporar "Tá Limpo!" ao repertório de seu grupo. Foi Ejara e seus parceiros que deram título à coreografia. "Storm gostou da sonoridade e o sentido dessa expressão, que até minha avó conhece."
Além de Ejara, Sô e Djha, participam de "Tá Limpo!" os B-Boys Andrezinho, Soneca e Jef. Virtuosos, eles procuram se organizar e difundir a dança que, na cultura hip hop, é um dos elementos, assim como a música rap e o grafite.
Considerado um idioma global, que transcende raças e classes sociais, o hip hop surgiu nos anos 70, no bairro nova-iorquino do Bronx. A dança, também denominada "break dance", começou a ser praticada pelos B-Boys em bailes ao ar livre, comandados pelo jamaicano Clive Campbell, que depois popularizou-se como o DJ Kool Herc. (AFP)


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