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Peça é intercâmbio com Brasil
FREE LANCE PARA A FOLHA
Storm criou "Solo for Two"
neste ano, com intenção de levar
para o palco o que se passa nas
ruas de Berlim. "Tendo como cenário uma sucessão de cenas metropolitanas projetadas em vídeo,
a coreografia procura expressar
diferentes situações de vida e como lidar com elas", diz.
Em "Tá Limpo!", criada para os
Discípulos do Ritmo, Storm escolheu como tema os próprios dançarinos que, para sobreviver, têm
que se dedicar a outros trabalhos,
como fazer limpeza. "Munidos de
vassouras, os personagens percebem, por exemplo, que o chão
que estão limpando é muito bom
para dançar. A proposta é mostrar que não podemos deixar a
dança fora de nós, onde quer que
estejamos, seja no supermercado
ou dirigindo um carro."
Satisfeito com sua experiência
no Brasil, Storm não economiza
elogios para os integrantes do
Discípulos do Ritmo. "Eles são incríveis. Além de muito profissionais, têm carisma, técnica, vigor e
muito conhecimento sobre a cultura hip hop."
Formado há dois anos, o Discípulos do Ritmo representa a legítima dança hip hop, surgida nas
ruas de São Paulo. O paulista
Frank Ejara e o mineiro Eduardo
Sô, coreógrafos do grupo, já deram aulas na Febem e junto com
Djha, outro integrante do elenco,
participaram do último espetáculo do Ballet Stagium, "À Margem
dos Trilhos".
Mesmo sem patrocínio e lugar
para ensaiar, o Discípulos do Ritmo vem procurando se firmar
profissionalmente. "O trabalho
com Storm é o intercâmbio mais
sério que tivemos até agora", diz
Ejara, que obteve licença do coreógrafo alemão para incorporar
"Tá Limpo!" ao repertório de seu
grupo. Foi Ejara e seus parceiros
que deram título à coreografia.
"Storm gostou da sonoridade e o
sentido dessa expressão, que até
minha avó conhece."
Além de Ejara, Sô e Djha, participam de "Tá Limpo!" os B-Boys
Andrezinho, Soneca e Jef. Virtuosos, eles procuram se organizar e
difundir a dança que, na cultura
hip hop, é um dos elementos, assim como a música rap e o grafite.
Considerado um idioma global,
que transcende raças e classes sociais, o hip hop surgiu nos anos
70, no bairro nova-iorquino do
Bronx. A dança, também denominada "break dance", começou
a ser praticada pelos B-Boys em
bailes ao ar livre, comandados pelo jamaicano Clive Campbell, que
depois popularizou-se como o DJ
Kool Herc.
(AFP)
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